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A teoria da maçã podre
03/04/2023“O Brasil é um país que empobrece há 40 anos. Cresce muito menos que os emergentes e até que os desenvolvidos”.
Marcos Lisboa, CEO do Insper
A teoria da maçã podre
A teoria da maçã podre diz que em toda organização existe um trabalhador cuja atitude ou personalidade pode “infectar” o restante através de seu comportamento. Essas presenças não apenas causam desconforto, casos de licença médica e infelicidade no ambiente de trabalho, mas também representam um grande gasto financeiro para as empresas.
Fazendo uma analogia com a prática da montagem de carteiras de ações, percebemos uma semelhança ao inverso: uma “ação podre” não necessariamente “infecta” toda a carteira e causa prejuízo ao investidor quando se olha um horizonte de longo prazo. Isto é válido se a carteira, mesmo tendo uma “ação podre” possua também ações de empresas com sólidos fundamentos, podendo salvar a “cesta de maçãs” do investidor.
Veja a seguir um exemplo de uma carteira com dados reais de ações de 5 companhias, que ilustra o inverso da teoria da maçã, quando investimos com horizonte de longo prazo. Observe a carteira da planilha abaixo, montada em 30/06/2020, e avaliada em 2 intervalos de tempo: até 30/09/2020 e até 31/03/2023 (último pregão deste ano).
Perceba que uma “ação podre” (Exemplo OIBR3, dada a situação de recuperação judicial da companhia, tendo dívidas de R$ 43,7 bi e 35 mil credores) esteve com a maior valorização da carteira (45,83%) no curto prazo (3 meses) e queda violenta (-90,99%) no longo prazo (33 meses). E, ainda assim não “infectou” a carteira, oferecendo ao investidor uma valorização de 68,04%, 60,86 pp acima do Ibovespa!!
Fechamento da Semana
Na semana encerrada em 31/Mar, o Ibovespa subiu 3,1%, fechando aos 101.882 pontos.
Em 2023, o índice está caindo 7,2%, bem abaixo da renda fixa com alta de 3,2%, medida pelo CDI no mesmo período.
Na última semana a bolsa abriu em alta e fechou em queda, operando com um volume máximo na faixa de R$ 21 bi, bem abaixo das altas observadas em 2022, na faixa de R$ 30 bi. Confira o sobe-desce na tabela a seguir:
Notícias relevantes
Nos links abaixo você pode acessar uma compilação de notícias e comentários, consideradas destaques relevantes pelo time Sabe, visando auxiliar o nosso estimado leitor a compreender o recorrente “quebra-cabeças” do mercado de capitais brasileiro.
· Brasil tem mais de 500 ‘influencers’ de finanças - Mesmo com juros altos, brasileiros continuam produzindo e buscando informações sobre finanças e investimentos na internet. Onde estão os Analistas? Alô Apimec!!
· Em três anos, dívida de Gol e Azul mais que dobra e bate em R$45 bi - Uma das maiores crises sanitárias da história, a pandemia de covid-19, fez 95% das demandas aéreas desaparecerem, resultando em momentos críticos para as companhias. Mesmo com a normalização do segmento, o impacto da pandemia nessas empresas gerou um patrimônio líquido negativo quatro vezes maior, chegando a R$ 40 bi, segundo pesquisa do Valor Data. O setor de aviação aérea continua sendo um “cemitério de empresas”.
· A evolução disruptiva do mercado de capitais brasileiro - O mercado de capitais brasileiro passou por profundas transformações nos últimos anos, que foram viabilizadas pelo acelerado desenvolvimento tecnológico aliado à ampla reestruturação do arcabouço regulatório.
· Acenos e medidas da CVM indicam ano positivo para tokenização - A CVM espera publicação de decreto sobre competências de supervisão de criptoativos, e espera ter concurso público autorizado ainda no 1º semestre, diz presidente.
· Renda fixa domina em trimestre de alta incerteza - ’Miragem’ de juro real elevado tende a se desfazer por plano fiscal ou pela inflação, dizem analistas. No balanço das aplicações financeiras do 1º trimestre, a renda fixa confirmou o posto de alternativa mais rentável - e segura - para o investidor.
Desempenho do Ibovespa
O Ibovespa encerrou a última semana no dia 31 de março registrando 101.882 pontos, equivalente a menos 28.894 pontos (-22,1% em moeda local) abaixo da marca recorde de 130.776 pontos registrada no fechamento do pregão de 7/06/2021. Neste ano de 2023 o Ibovespa desce a ladeira e cai 7,2%, fazendo com que muitos investidores retornem à renda fixa, buscando segurança.
A tendência primária (longo prazo) do Ibovespa continua em LEVE ALTA, mesmo com a elevada volatilidade e incerteza do momento, tanto no plano econômico global quanto no cenário político interno. No curtíssimo prazo (últimos 21 pregões) a tendência do principal índice da bolsa se mantém em FORTE QUEDA.
Veja a seguir o desempenho da bolsa brasileira, medido em pontos, pelo Ibovespa e pelos índices das carteiras B3 de Dividendos (IDIV), Small Caps (SMLL) e Sustentabilidade (ISE), e da Renda Fixa (CDI), em diferentes intervalos de tempo. Observe que, no longo prazo, somente a variação do IDIV, supera a renda fixa, com variação positiva de 53%, contra 38% do CDI. Com a Selic mantida em 13,75% aa, a renda fixa se mantém no radar dos investidores de curto prazo, mas a renda variável (representada por ações de companhias sólidas com fundamentos) ainda continua sendo a protagonista do mercado de longo prazo, como sempre enfatizamos neste blog.
Perceba, estimado leitor, que o índice que teve o melhor desempenho no longo prazo foi o IDIV,com alta de 53%. Perceba também que o CDI é o que tem o melhor desempenho em 2023, com alta de 3,2%. Torna-se importante levar em conta a valorização das ações de empresas sólidas com bons fundamentos, de forma individual, em comparação aos índices, calculados de forma agregada. Um dos exemplos seria a da small cap EQUATORIAL ON (EQTL3) que subiu 107% nos últimos 5 anos, acima dos benchmarks citados. Traremos exemplos semelhantes nas próximas edições...
O conjunto de estatísticas mostrado ajuda o leitor a perceber os movimentos cíclicos da bolsa brasileira, em especial sobre os que têm (e os que não têm) fundamento técnico.
Confira a evolução do “termômetro da bolsa” no gráfico abaixo e perceba as tendências (linha pontilhada em amarelo) e as volatilidades do Ibovespa no longo prazo (cinco anos) e no curtíssimo prazo (últimos 21 pregões):
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A SABE não pretende nem se dispõe a ensinar/instruir como investir no mercado de ações nem, muito menos, quais e quando comprar/vender ações: para isso recomendamos consultar a sua Corretora. SABE é o suporte imprescindível para quem já atua neste mercado ou já tomou a decisão de nele participar.
O SABE Alerta é apenas a “ponta de um iceberg” quando comparado ao acervo de informações que o Big Data SABE tem à disposição de investidores e gestores de investimentos em ações: são mais de 170.000 demonstrações financeiras trimestrais padronizadas de TODAS as companhias abertas desde 1994. Além disso, produzimos uma verdadeira “enciclopédia” sobre as companhias listadas na B3 com mais de 580 newsletters publicadas, entre blogs e alertas ao mercado.
Luiz Guilherme
Dias
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