“Pobre e mercadoria nunca vão faltar” Samuel Klein, Fundador das Casas Bahia
Via Varejo é uma empresa brasileira de varejo fundada em 2010 após a fusão da Casas Bahia, pertencente à família Klein, e do Ponto Frio, pertencente ao GPA (Grupo Pão de Açúcar). O GPA possui 43,3% de participação total na Via Varejo, a família Klein possui 27,3% e os restantes 29,3% são negociados na BMF&Bovespa com mais liquidez sob o ticker VVAR11 (VIAVAREJO UNT). A companhia posiciona-se como uma das maiores varejistas de eletroeletrônicos do Brasil e está presente em mais de 300 municípios brasileiros, 20 Estados e no Distrito Federal, com 975 lojas em todo o país, 750 da Casas Bahia e 225 do Ponto Frio e cerca de 55 mil colaboradores.
A razão social Via Varejo S.A. foi adotada em Fev/2012, em substituição à Globex Utilidades S/A. Para dar suporte à demanda cada vez maior de lojas e clientes, a empresa mantém uma rede inteligente de logística, com 23 Centros de Distribuição e Entrepostos localizados em regiões estratégicas do país, com área de armazenagem superior a 10,8 milhões de m³. Toda esta infraestrutura suporta uma média mensal de 1 milhão de entregas, realizadas por uma frota superior a 3 mil equipamentos, entre próprios e terceirizados. (Fonte: Wikipédia).
Veja agora o que o nosso Banco de Dados SABE tem a mostrar sobre a Via Varejo: “Radar de Desempenho Econômico-Financeiro de 2011 a 2015, agora inovando com informações sobre Distribuição do Valor Adicionado (DVA), a comparação 9M2015 X 9M2016” e o desempenho em bolsa das ações VVAR11 (VIA VAREJO UNT).
De 2011 a 2015 a Via Varejo teve um desempenho crescente nas contas patrimoniais e decrescente nas contas de resultados, em especial o lucro que despencou em 2015 quase 100%. Por outro lado a sua dívida líquida diminuiu nesse período e em 2015 configurou uma relação com o EBITDA de 6,7 vezes. Observando a criação de valor a companhia distribuiu um valor adicionado próximo a R$6 bilhões em 2015 para seus stakeholders; este indicador apresentou uma taxa composta de crescimento negativa no período de 0,72% ao ano de 2011 a 2015.
Na comparação dos 9M2015 versus 9M2016, a Via Varejo teve um desempenho com comportamento semelhante aos últimos 5 anos, exceto o patrimônio líquido que caiu 14,6%. A dívida líquida aumentou 17%, teve queda de receitas, queda na geração de caixa medida pelo EBITDA e redução elevada do resultado líquido levando a um prejuízo de R$170 milhões nos 9M2016. Além disso, a distribuição de valor continuou em queda de 11% entregando apenas R$3,9 bilhões para seus stakeholders nos 9M2016. Veja a seguir como foi o desempenho das ações VVAR11 (VIA VAREJO UNT).
No curto prazo, de 05/Out a 04/Nov/2016 a ação VVAR11 teve uma elevada valorização de 33% após o GPA afirmar que reavaliará investimentos na ViaVarejo. Entretanto, de 30/Dez/2013 a 04/Nov/2016 a ação VVAR11 teve uma forte desvalorização de 63%: nesse prazo mais longo a cotação ajustada de fechamento do papel saiu de R$24,41 e atingiu R$9,09 no final do período (a cotação máxima foi de R$24,41 em 30/Dez/2013 e a mínima de R$3,27 em 30/Dez/2015). No mesmo intervalo de tempo o Ibovespa subiu 8,54%.
COMENTÁRIOS FINAISO grupo Pão de Açúcar informou em 03/Nov/2016 que vai avaliar "alternativas estratégicas para seu investimento na Via Varejo". Em comunicado, o grupo informou que a iniciativa está em linha com a premissa da empresa de "priorizar o varejo de alimentos". Uma das alternativas em análise é a venda da empresa, de acordo com os jornais "Valor Econômico" e "O Estado de S. Paulo". O mercado reagiu com intensa especulação ao anúncio: às 16h20 daquele dia, as ações do GPA subiam 4,56%, enquanto que os papeis da Via Varejo chegaram a subir 8,99% no pregão de 04/Nov/2016.
O varejo de alimentos representa 63% do negócio da empresa. As operações das bandeiras Pão de Açúcar, Extra e Assaí entram nessa conta. O grupo também controla a CNova, uma empresa que reúne as operações de e-commerce das marcas do GPA. Em fato relevante separado, o GPA disse que "não estabeleceu um cronograma para concluir o processo e não fará comentários adicionais até que haja uma nova deliberação sobre o tema pelos seus órgãos societários competentes." (Fonte: Reuters/Globo.com).
Segundo informações do jornal O Globo em 05/Nov/2016, pelo menos dois grupos do varejo já teriam manifestado interesse em negociar a compra da Via Varejo: a empresa alemã Steinhoff e a brasileira Lojas Americanas. Os controladores da Lojas Americanas acreditam que o fraco desempenho e a baixa eficiência operacional da Via Varejo pode ser uma grande oportunidade tendo em vista seu grande knowhow na comercialização de itens “commoditizados” como os eletroeletrônicos. Uma eventual venda da operação da Via Varejo pelo GPA, sendo feita por meio de uma OPA (oferta pública de aquisição de ações) daria aos demais sócios (família Klein e minoritários) o direito ao “tag along”, o direito de se desfazer das suas ações nas mesmas condições que o vendedor. (Fonte: O Globo).
Nos últimos tempos temos observado fortes oscilações diárias de preços de papéis influenciadas por especuladores buscando ganhos fáceis no curto prazo. A valorização de 33% em um mês da ação VVAR11 é fruto de especulação e não reflete o mau desempenho econômico da empresa no momento, mas sim a expectativa de venda pelo GPA. Entretanto, vale o ALERTA que fazemos diariamente para ações de outras empresas com passivos a descoberto (tecnicamente falidas) que chegam a valorizar mais de 50% em um único dia.
A SABE Consultores tem o propósito de “organizar informações financeiras sobre as empresas brasileiras e torná-las acessíveis e úteis” e acredita que as empresas vencedoras e que vieram para ficar são as que perseguem a criação de valor para TODOS os seus stakeholders. Manteremos você atualizado com novas informações extraídas do nosso Banco de Dados SABE.
Aproveite para deixar o seu comentário ao final desta página sobre este Artigo. Luiz Guilherme Dias é Sócio-Diretor da SABE Consultores, Consultor de Empresas e Conselheiro Certificado.