“Não tem quem não esteja afetado. O taxista está, o pipoqueiro está, as cadeias industriais estão sofrendo. Está duro” Jorge Gerdau, Presidente do Conselho Consultivo da GERDAU
Este artigo inicia a série “Termômetro Setorial SABE (TSS)” apresentando aos leitores do nosso blog o quadro atual de desempenho dos 21 setores (exceto Bancos) de nosso Banco de Dados SABE com base na evolução de indicadores de 2014 X 2015. O “Termômetro” mede a “temperatura” de cada um dos setores em termos de variações de receitas líquidas, de resultados líquidos, da relação de endividamentos líquidos sobre o EBITDA e de retorno do acionista (ROE).
Para montar o “Termômetro”, criamos uma metodologia simples baseada em escala de pontos alocados aos intervalos de valores de cada indicador, atribuindo peso 2 para receitas e resultados e peso 3 para endividamento e retorno do acionista. O resultado ponderado de cada setor foi sinalizado com cores indicando os desempenhos: BOM (azul), REGULAR (amarelo) e RUIM (vermelho). Dos 21 setores analisados, 10 estão com desempenho ruim, 8 estão com desempenho regular e apenas 3 estão com desempenho bom:
DESEMPENHO RUIM: Construção Civil, Mineração e Petróleo/Gás tiveram queda de receitas, todos os setores tiveram queda de resultados, todos tiveram aumento da relação dívida líquida/EBITDA (exceto Petróleo/Gás) e todos tiveram queda de retorno do acionista.
DESEMPENHO REGULAR: todos os setores tiveram aumento de receitas, apenas Açúcar/Álcool e Alimentos/Bebidas tiveram crescimento de resultados, somente Papel/Celulose, Tecidos/Vestuário/Calçados e Telecomunicações tiveram redução da dívida líquida/EBITDA e apenas Açúcar/Álcool e Alimentos/Bebidas tiveram aumento de retorno do acionista.
DESEMPENHO BOM: todos os setores tiveram aumento de receitas, aumento de resultados, redução da dívida líquida/EBITDA e aumento de retorno do acionista.
Comentários Finais:No segmento da indústria, a insatisfação dos empresários brasileiros com as margens de lucro operacional e com a situação financeira bateu recorde, segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Da mesma forma, a dificuldade de acesso ao crédito também foi sem precedentes. O índice de satisfação financeira ficou em 37,9 pontos, o de satisfação com a margem de lucro recuou para 32,7 pontos nos primeiros 3 meses do ano. Os indicadores variam de zero a 100. Valores abaixo de 50 pontos sinalizam insatisfação com a situação financeira e com a margem de lucro. O indicador que mede o acesso ao crédito também está mais fraco: o índice ficou em 29,1 pontos no 1º trimestre, o menor desde o início da série histórica, iniciada em 2007. Quanto mais abaixo de 50 pontos, maior é a dificuldade de as empresas acessarem o crédito. (Fonte: Cias Brasil – 27/Abr/2014).
Nos segmentos do comércio e de serviços, a maioria dos empresários brasileiros está sentindo os efeitos negativos da atual crise econômica. Segundo pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), 86,9% desses empresários disseram que seus negócios estão sendo afetados pela crise em algum grau. A principal consequência sobre as empresas, na percepção dos entrevistados, tem sido a diminuição das vendas (82,7%), seguida pelo aumento do pagamento de impostos (51,0%), medo de investir (40,4%) e dificuldades para pagar as contas em dia (34,7%). Apenas 10,5% avaliam que o negócio não está sofrendo com o atual momento político e econômico. (Fonte: Cias Brasil – 27/Abr/2014).
A SABE Consultores tem o propósito de compartilhar informações úteis e atualizadas sobre as empresas brasileiras. Manteremos você atualizado, como de costume, com novas informações extraídas do nosso Banco de Dados SABE.
Aproveite para deixar o seu comentário ao final desta página sobre o desempenho dos diversos Setores que reúnem as companhias de capital aberto de nosso país.Luiz Guilherme Dias é Sócio-Diretor da SABE Consultores, Consultor de Empresas e Conselheiro Certificado.