Por Luiz Guilherme Dias
Concluindo e complementando a Temporada de Balanços (I) e a Temporada de Balanços (II), neste artigo vamos mostrar os resultados dos balanços dos 9 meses de 2015 publicados sobre 256 empresas não-financeiras (DFs consolidadas) e sobre 25 bancos (DFs individuais). O retrato da situação atual continua dramático refletindo a crise econômica e sem perspectiva futura em que se encontra o nosso país.
Nos primeiros 9 meses de 2013 essas 256 companhias totalizaram um resultado líquido de pouco mais de R$64bilhões; em igual período de 2015 o total caiu 79% para pouco mais de R$13bilhões. Se não considerássemos o prejuízo da Vale de R$11,8bilhões ainda assim a queda seria grande da ordem de 61%.
Olhando agora os bancos em igual período, observamos uma situação parecida, mas com sinal trocado, ou seja, nos 9 meses de 2013 os 25 bancos totalizaram um resultado líquido de R$34bilhões e em período igual de 2015 de R$53bilhões, correspondendo a um aumento de 52%.
O gráfico a seguir ilustra o retrato da situação atual com a forte queda de resultados líquidos das empresas e o forte aumento dos resultados líquidos de bancos comparando os primeiros nove meses de 2013 e 2015.
Os gráficos a seguir ilustram o desempenho acumulado das 256 Empresas e dos 25 Bancos nos 9 Meses de 2013 a 2015:
Para as Empresas observamos no período de 9M2013 a 9M2015 um crescimento modesto das receitas acumuladas com taxa composta (CAGR) de 4% ao ano, bem abaixo da inflação. Notamos também um elevado endividamento bruto acumulado com CAGR de 13% ao ano, o que sinaliza motivo de preocupação. Por outro lado, de forma mais crítica, no mesmo período o retorno médio do acionista sai de 7,13% e cai para -6,07%, uma queda de mais de 13 ppt, reforçando a preocupação anterior.
Com relação aos Bancos percebemos no período de 9M2013 a 9M2015 um crescimento razoável dos ativos totais acumulados com taxa composta (CAGR) de 8% ao ano, um crescimento forte das receitas acumuladas de intermediação financeira com CAGR de quase 18% ao ano, mas redução mais forte ainda das despesas acumuladas de intermediação financeira com CAGR de 30% ao ano, novo motivo de preocupação. Nos 9 meses deste ano de 2015 as despesas acumuladas superaram as receitas acumuladas em R$7bilhões. Vamos ficar atentos com o resultado bruto da intermediação financeira dos bancos, inclusive os maiores.
Manteremos você atualizado com novas informações financeiras sobre as companhias de capital aberto extraídas do nosso Banco de Dados SABE.
Deixe o seu comentário sobre como você avalia o desempenho das companhias abertas nesta temporada de balanços que ora se encerra e/ou solicite uma pesquisa do seu interesse. Pode ser sobre uma companhia, um setor de atividade ou mesmo sobre um tema de seu interesse. Até a próxima!
Luiz Guilherme Dias é Sócio-Diretor da SABE Consultores, Consultor de Empresas e Conselheiro Certificado
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