“Não fazer nada, é ser vencido”
Charles de Gaulle – General, Político e Estadista francês
Se os brasileiros se habituaram a chamar os anos 80 de “a década perdida”, nada mais justo do que, doravante, lembrarmos de 2015 como “o ano perdido”. Seria a melhor síntese do que vivemos nos últimos doze meses. Afinal, pelo menos do ponto de vista político, o ano que se encerra não passou de uma caricata extensão de 2014. (Fonte: Revista Forum – Por: Vinícius Wu).
Pelo ponto de vista econômico, 2016 não aconteceu: o resultado das Empresas ficou praticamente no “zero a zero” e a recessão chegou aos Bancos. O resultado dos 26 Bancos com ações na Bovespa de 2015 para 2016 decepcionou com praticamente todos os principais indicadores fracos:
- Ativos subiram apenas 3,79%;
- Receitas da intermediação financeira aumentaram apenas 1,22% e em termos reais caíram 5,07%, considerando a inflação medida pelo IPCA;
- Resultados líquidos caíram 20,76%, tendo quatro instituições amargado prejuízo: Indusval (R$100 milhões), Finansinos (R$128 mil), Pine (R$14 milhões) e Banco Pan (R$237 milhões);
- Retorno do acionista (ROE) cedeu 4,73%; olhando os maiores Bancos, as quedas em pontos percentuais foram: BB (9,56), Bradesco (4,32), Santander (3,18) e Itauunibanco (3,15).
Olhando agora o resultado de 308 Empresas listadas na Bolsa o quadro é igualmente preocupante:
- Vendas aumentaram míseros 0,31%; em termos reais caíram 5,98%, considerando a inflação medida pelo IPCA;
- EBITDA aumentou pífios 3,92%, sinalizando a fraca atividade do ano;
- Resultados líquidos subiram 19,58%, mascarados principalmente pela queda do dólar e indenizações do setor elétrico;
- Retorno do acionista (ROE) subiu 1,60% frustrando investidores;
- Dívida Líquida caiu 3,50%, mas não dá para comemorar porque praticamente ninguém investiu nesse cenário.
No estudo elaborado não consideramos 10 empresas com resultados extraordinários não recorrentes que foram favorecidas pela queda do dólar (Exportadoras) ou por indenizações (Setor Elétrico), além das 2 maiores do mercado: Petrobras, Vale, Fibria, Klabin, Suzano, CEEE-GT, CPFL Geração, Eletrobras, Eletropar, Transmissão Paulista.
Os gráficos a seguir ilustram os 10 maiores crescimentos de Receitas Líquidas, EBITDA e Resultados Líquidos de 2015 para 2016, além dos 10 Maiores Retornos do Acionista (ROE) em 2016.
COMENTÁRIOS FINAISRealmente, do ponto de vista econômico o ano de 2016 não aconteceu para as companhias com ações na Bovespa. A volatilidade do dólar com queda de 17,7% em 2016, depois de uma alta de 48% em 2015, propiciou um cenário enganoso com variação cambial positiva favorecendo as empresas exportadoras. Além disso, as indenizações de algumas empresas do setor elétrico mascararam os resultados líquidos com efeitos extraordinários. Neste contexto as empresas tiveram vendas estáveis por não conseguir aumentar preços, mantendo geração de caixa mínima e resultados que não deverão se repetir em 2017. Do lado dos Bancos, mesmo com queda expressiva nos lucros, os grandes ainda lograram resultados elevados e os pequenos, com raras exceções, sofrem os efeitos da recessão, tendo alguns amargado prejuízo.
Vamos agora ficar atentos com o desempenho do 1º Tri de 2017, cuja temporada de balanços já está em curso. As empresas “Campeãs” certamente saberão continuar gerando valor...
A SABE Consultores tem a missão de “organizar informações financeiras sobre as empresas brasileiras e torná-las acessíveis e úteis” e acredita que as empresas conscientes atuam de maneira a criar valor não só para si mesmas, mas também para seus clientes, colaboradores, fornecedores, investidores, comunidade e meio ambiente ou usando o jargão do momento para seus “stakeholders”. Manteremos você atualizado com novas informações extraídas do nosso Banco de Dados SABE.
Aproveite para deixar o seu comentário ao final desta página sobre este Artigo. Luiz Guilherme Dias é Sócio-Diretor da SABE Consultores, Consultor de Empresas e Conselheiro Certificado.