Como publicado em nossa newsletter em Junho passado com o título "Setor Educação: Um Desafio para o Brasil nesta Década" é consenso geral que a educação é a prioridade nº 1 do país, muito menos pela propaganda de “Pátria Educadora” mas pela necessidade de preparação dos jovens para um mercado de trabalho extremamente competitivo.
O Setor de Educação foi o que mais cresceu entre todos os setores da BOVESPA nos últimos anos, criando valor aos acionistas e aumentando acentuadamente sua base de alunos. Como consequência das mudanças introduzidas pelo Governo nas regras do FIES, sistema de financiamento criado em 2010 com juros baixos e fianças frouxas para os estudantes das instituições de ensino superior (IES) privadas, o setor enfraqueceu neste ano de 2015. Hoje a coisa mudou como era de se esperar: concessão centralizada de empréstimos, prioridade para as IESs bem avaliadas pelo MEC e nota mínima de 450 pontos para acesso ao programa. Agora o aluno que não tiver nota não ingressa e a IES que não tiver qualidade não vai mais faturar tanto.
Em nosso mercado acionário cinco companhias competem neste setor. Kroton é a maior com receita de R$3,8bilhões em 2014, seguida de Estacio Part com receita de R$2,4bilhões no mesmo ano. As demais: Abril Educa, Ser Educa e Anima somaram cerca de R$2,7bilhões em receitas em 2014.
Os aspectos do setor de Educação que merecem atenção são: melhoria da qualidade do ensino, aumento da inadimplência por conta do elevado desemprego, dependência de programas de Governo, nível de relacionamento Escola-Aluno devido a conjuntura adversa do país e uso de tecnologia e criatividade para gestão financeira dos resultados.
Os gráficos apresentados a seguir ilustram para o Setor de Educação a evolução das Receitas Líquidas, Resultados Líquidos, Endividamentos Totais e Retornos do Acionista no período de 2011 a 2015, sendo este anualizado.
No período de 2011 a 2015(P) as Receitas Líquidas cresceram com taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 30,18% aa, ao mesmo tempo em que o Endividamento Total teve um CAGR superior a 22% aa.
Quanto aos resultados líquidos, mesmo levando em conta que Anima iniciou em bolsa com passivo a descoberto, todas as companhias do setor apresentaram lucros crescentes no período analisado, com totais por ano saindo de R$155milhões em 2011 para uma receita anualizada neste exercício de R$2,5bilhões, correspondente a um CAGR de 74,51%.
Com relação ao retorno do Acionista (ROE), o setor inicia 2011 com um percentual menor que 6%, alcançando ao final do período um patamar projetado de pouco mais de 14%, mas nada excepcional.
As planilhas seguintes mostram os indicadores descritos individualizados pelas companhias do setor.
Com relação ao desempenho em bolsa o gráfico a seguir mostra a valorização das ações das companhias do setor no período de Jan/2011 a Jun/2015, em que o Ibovespa caiu 24%, lembrando que algumas companhias (Anima e Ser Educa) só tiveram ações negociadas a partir de 2013.
Comentários Finais:
Com relação à receita líquida e ao resultado líquido, as companhias do setor de Educação tiveram excelente desempenho acima de todos os setores da bolsa.
Quanto ao retorno do acionista (ROE) o desempenho observado ficou na média dos setores da bolsa, muito em função das sucessivas aquisições realizadas, porém ainda não digeridas; em outras palavras, houve aumento do patrimônio, mas não correspondido ainda pelo ROE que exige mais tempo para consolidar.
Com relação ao endividamento, o aumento observado justificou com sobra as boas aquisições realizadas, mas vai exigir boa gestão de caixa para amortizações futuras.
Embora “rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura” como alertam os reguladores, cabe destaque para as ações de Kroton, Estacio Part e Abril Educa com valorizações muito acima do Ibovespa no período de Jan/2011 a Jun/2015.
Deixe o seu comentário sobre como você avalia o desempenho do Setor de Educação após a introdução das medidas impostas pelo Governo ou solicite grátis uma pesquisa do seu interesse. Até a próxima!
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