“No atual cenário de escassez de água, temos a obrigação de não desperdiçar. Esse é um caminho importante para que o consumidor faça também um uso cada vez mais consciente da energia elétrica”
Romeu Rufino - Diretor Geral da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)
Em Out/2016 publicamos um artigo sob o título “Setor de Energia Elétrica: Chineses lideram a geração de energia do setor elétrico privado no país” onde mostramos o desempenho desse setor com base nos balanços do 1º semestre de 2016. Neste artigo atualizamos o desempenho do setor com informações dos balanços do ano de 2016.
O mercado acionário brasileiro possui atualmente 49 companhias abertas do setor de Energia Elétrica. Em 2016 essas empresas totalizaram R$243 bilhões em receitas líquidas, queda de 6% em relação a 2015. A líder do setor em bolsa em receitas é a Eletrobras com R$61 bilhões (aumento extraordinário de 86% em relação a 2015), seguido de CPFL Energia (R$19 bilhões) e Copel (R$13 bilhões). Juntas essas 3 companhias representam 38% do setor.
Pela ótica dos resultados as companhias do setor totalizaram no acumulado R$20 bilhões, aumento extraordinário e não recorrente de 905% em relação a 2015. A líder foi a Transmissão Paulista com R$5 bilhões (aumento de 857% em relação a 2015), seguida de Eletrobras com R$3,5 bilhões (aumento de 123%) e Engie Brasil com R$1,5 bilhões (aumento de 3%). O maior prejuízo em 2016 foi da Renova com um resultado negativo de R$1,1 bilhões. Os maiores crescimentos de resultados líquidos oscilaram entre 124% e 987% e foram oriundos das seguintes companhias: CEEE-GT , Tran Paulist , Cesp , Eletropar , Celgpar , Aes Elpa , Afluente , Energisa MT e Eletrobras.O desempenho do setor pode ser observado pelo quadro abaixo: vendas crescendo pouco acima da inflação, aumento extraordinário dos resultados (favorecido por variações elevadas por conta de renovação de concessões e venda de ativos) e relação Dívida Líquida/EBITDA em nível elevado. Consideramos as médias de margem líquida e retorno do acionista (ROE) para ilustrar o desempenho do setor como um todo.
Comentários FinaisCabe enfatizar o registro que o elevado crescimento de Resultados do Setor em 2016 foi extraordinário e fruto de indenizações pagas a empresas de geração e transmissão que aceitaram renovar concessões por mais 30 anos. Portanto, não deverá se repetir em 2017.
De acordo com o Diretor Geral da ANEEL o papel da agência na regulação e fiscalização do setor de energia elétrica é também um papel mediador com o objetivo de solucionar conflitos entre os diversos agentes do segmento e atuar ainda na autorização de outorgas. Ele ainda destacou que o cenário hidrológico foi muito mais favorável para 2016 do que se projetava para 2014 e 2015.
De acordo com o diretor, em 2017 as tarifas de energia elétrica devem ser reduzidas em função da previsão de um cenário de chuvas mais favorável, do desligamento de algumas térmicas e da renovação de concessões de hidrelétricas, que destacou como um dos principais desafios atuais do setor. “O patamar de tarifa observado em 2014 e 2015 chegou ao limite do tolerável. O consumidor poderá dar uma respirada e acredito que 2017 tem a perspectiva de uma redução na tarifa", considerou. Do total de energia elétrica gerada no Brasil, 67% é de origem hidrelétrica, o que aponta para o crescimento de outras fontes de geração de energia no país, como a eólica e a solar. (Fonte: Seminário FGV Energia)
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