“Se o professor fizer uma pergunta em sala de aula cuja resposta pode ser achada no Google, a pergunta está errada” Johana Gagner, professora
Segundo um estudo do Instituto Unibanco, feito com base nos últimos dados do IBGE, a porcentagem de jovens que concluem o ensino médio na idade certa – até os 17 anos – aumentou em 10 anos, passando de 5%, em 2004, para 19%, em 2014. Mais grave ainda é o fato que 1,3 milhão de jovens entre 15 e 17 anos deixaram a escola sem concluir os estudos, dos quais 52% não concluíram sequer o ensino fundamental. "Este é o subgrupo mais vulnerável, pois são brasileiros que, caso não voltem a estudar, terão altíssima probabilidade de inserção precária no mercado de trabalho, além de não terem tido seu direito à educação básica assegurado", diz a publicação. (Fonte: EXAME.com).
Outro estudo denominado “Aprendizagem em Foco” mostra que, quanto maior a renda, mais os estudantes avançam nos estudos. Entre aqueles que concluíram o ensino médio na idade correta, a média de renda familiar por pessoa é R$ 885. Entre os que não terminaram o ensino fundamental, a média cai para R$ 436, quase a metade. O ingresso no mundo do trabalho e a gravidez na adolescência estão entre os fatores que levam os jovens a deixar a escola.
Faz-se, portanto, necessário entender o perfil do jovem que evade da escola e identificar os momentos em que esse movimento é mais provável. Os estudos feitos com dados do IBGE e do MEC indicam que há grupos em maior risco: são jovens de baixa renda, em sua maioria negros, que trocam com frequência os estudos por um trabalho precário ou que ficam grávidas já na adolescência.
O mercado acionário brasileiro possui 5 companhias abertas do setor de Educação, a maioria do ensino superior que busca formar jovens para o mercado de trabalho. São elas: Anima, Estacio Part, Kroton, Ser Educa e Somos Educa. Do total das receitas líquidas em 2015 destas companhias, 73% vieram de: Kroton com 47% e Estacio Part com 26%.
De 2014 para 2015, estas 5 companhias tiveram um crescimento significativo de receita (mais de 27%), aumento de 26% na geração de caixa medida pelo EBITDA, redução de 19% nos resultados líquidos, aumento de 46% no endividamento líquido, mas atenuado pela insignificante relação entre dívida líquida e EBITDA (da ordem de 2,5:1 nos últimos 2 anos), além de queda de 2,57ppt na taxa de retorno para o acionista (ROE), que em 2015 ficou em 8,6% no agregado. Até 2015 a situação destas companhias não chega a ser ruim, mas se a economia não se recuperar e bem provável que fique. A tabela seguinte ilustra os grandes números do setor na comparação dos totais dos últimos dois anos das 5 empresas mencionadas.
Comentários Finais:A crise econômica também atingiu o setor de educação reduzindo o número de novos alunos matriculados no ensino superior: de 2014 para 2015 a redução foi de 300 mil alunos e a expectativa para 2016 é de chegar próximo a 1 milhão de ingressos, segundo a Hoper, consultoria especializada no setor. Como consequência a queda pode diminuir cerca de R$2,5bilhões no faturamento das instituições privadas em 2016. O setor, como vários outros, depende da recuperação da economia.
O desequilíbrio nas contas do Governo implicou no enxugamento do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), obrigando instituições de ensino e bancos buscarem parcerias para concessão de crédito educativo para evitar uma queda no número de matrículas. No FIES a taxa de juros está pouco acima de 0,5% ao mês, no sistema privado pode chegar a 3,0% ao mês com prazo menor para o pagamento, dificultando o acesso à universidade. Para as faculdades a parceria com os bancos é fundamental para evitar evasões de fim de curso ou mesmo assegurar novas matrículas.
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Luiz Guilherme Dias é Sócio-Diretor da SABE Consultores, Consultor de Empresas e Conselheiro Certificado.