
“Não existe Arquitetura bonita ou feia. Existe Arquitetura boa e ruim” Oscar Niemeyer – Arquiteto
De acordo com matéria publicada em 10/Out/2016 no fórum de discussão do IBDA (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura), o segmento da Construção Civil após a crise deve bater recorde de geração de empregos. Principal empregador de mão de obra no ano acabou, em boa parte, servindo para manter constante a participação dos trabalhadores que ganham entre R$ 697 e R$ 930 no bolo salarial. Antes da crise, em Out/2010, esta faixa equivalia a 20,18% do total de vagas criadas, caindo, em Fev/2011, a 16,71%.
O mercado acionário brasileiro possui 38 companhias abertas do setor de Construção Civil e Mercado Imobiliário, caracterizando um segmento com maior grau de diversificação em relação aos demais. No 1º semestre de 2016 essas empresas totalizaram R$13,5 bilhões em receitas. A líder do setor em bolsa em receitas é a MRV com cerca de R$2,1 bilhões, seguida da Cyrela Realt (R$1,4 bilhões) e da Even (R$0,9 bilhões). Juntas essas 3 companhias representam 34% do setor. Os gráficos a seguir ilustram os números mencionados.

Fonte: SABE ©
Olhando pela ótica dos resultados a BR Malls liderou com lucro de R$327 milhões, seguida da MRV com R$278 milhões e da Multiplan com R$169 milhões. A PDG Realt ocupou a última posição de resultados com prejuízo de R$1,16 bilhões. O setor como um todo amargou um prejuízo de quase R$1,2 bilhões (reforçado em grande parte pela PDG), tendo apenas 17 das 38 companhias dando lucro no 1º semestre de 2016.
Na comparação do 1S2015 contra 1S2016, as 5 maiores variações de receitas, EBITDA e resultados e as 5 menores variações de dívidas das empresas do setor em bolsa são mostradas nas planilhas a seguir:

Fonte: SABE ©
Ainda na comparação do 1S2015 contra 1S2016, as 38 empresas no conjunto tiveram indicadores desastrosos: queda brusca das receitas, redução enorme na geração de caixa medida pelo EBITDA, queda violenta do resultado líquido (mais de 370%), levando o setor como um todo para o prejuízo. Ao mesmo tempo essas companhias reduziram em 7% seu endividamento líquido (provavelmente pela falta de investimentos como consequência da crise), mantendo no 1º semestre de 2016 uma relação assustadora de 63:1 entre a dívida líquida e o EBITDA. Como consequência a taxa de retorno para o acionista (ROE) caiu 2,2 ppt ficando negativa (-1,67%) no 1º semestre de 2016, evidenciando o quadro dramático enfrentado pelo setor em bolsa. A tabela seguinte ilustra os números do setor na comparação dos totais dos últimos dois semestres das 38 empresas do setor.

Fonte: SABE © Comentários Finais
De acordo com informações divulgadas em 04/Jul/2016 pela ANAMACO (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), as vendas de material de construção cresceram 5% em Jun/2016 na comparação com Mai/2016. Mesmo com a melhora, o setor do varejo de construção registra queda de 8,5% no acumulado do 1º semestre de 2016.
Nos últimos 12 meses, o comércio de materiais de construção apresenta retração de 10%. O presidente da ANAMACO, Cláudio Conz, atribui os problemas às dificuldades econômicas enfrentadas pelo país e às restrições ao crédito. Apesar da situação desfavorável, a ANAMACO estima crescimento de 3,5% em 2016, como afirma seu presidente: “Tradicionalmente, o 2º semestre corresponde a 60% do volume de vendas”. (Fonte: EXAME).
Pela ótica do mercado os analistas do BTG avaliaram o setor de construtoras no Brasil em 22/Set/2016 com:
- recomendação de compra para a Cyrela (CYRE3), Gafisa (GFSA3), Direcional (DIRR3) e Eztec (EZTC3) e
- indicação neutra para MRV (MRVE3), Tecnisa (TCSA3), Even (EVEN3) e Helbor (HBOR3).
Em relação ao cenário para o setor, os analistas apontam que, no geral, acreditam que o cenário mais complicado, com falta de crédito, taxas de juros mais altas e demanda mais fraca, continuará a pressionar as empresas. Com o cenário macroeconômico e para o setor sem nenhum sinal de recuperação até o momento, os analistas preferem permanecer apostando em empresas “desalavancadas” com foco em clientes de média e alta renda e companhias mais baratas focadas no público de baixa renda. (Fonte: Infomoney).
A SABE Consultores tem o propósito de “organizar informações financeiras sobre as empresas brasileiras e torná-las acessíveis e úteis” e acredita que as empresas vencedoras e que vieram para ficar são as que criam valor para TODOS os seus stakeholders. Manteremos você atualizado com novas informações extraídas do nosso Banco de Dados SABE.
Aproveite para deixar o seu comentário ao final desta página sobre este Artigo. Luiz Guilherme Dias é Sócio-Diretor da SABE Consultores, Consultor de Empresas e Conselheiro Certificado.