Num artigo recente intitulado “Petrobras: vai ou não vai?”, comentamos as possibilidades de recuperação da empresa sob a ótica estratégica ao mesmo tempo em que discutimos as enormes dificuldades que a estatal forçosamente terá que superar para sair da grave situação em que se encontra.
A questão do elevado endividamento líquido de cerca de R$470 bilhões, dos quais 80% em dólar deve ser o principal fator crítico para a recuperação financeira da Petrobras. O gráfico a seguir ilustra a evolução do endividamento líquido versus receita líquida em R$bilhões desde 1994, evidenciando a partir de 2012 o crescimento da dívida superior à da receita da companhia, o que é muito grave. A série histórica mostra um crescimento da dívida desde 1994 com uma taxa anual composta de crescimento de 21% ao ano.
Atualmente o valor de mercado da Petrobras oscila entre US$25 e US$30bilhões fruto da alta volatilidade das ações PETR3 e PETR4 na nossa bolsa. Se considerarmos o valor de mercado há cerca de 5 anos atrás (Set/2010) quando a companhia levantou R$120bilhões com a capitalização do pré-sal observamos uma perda de cerca de US$160bilhões, representando uma das maiores destruições de valor na história.
Junto com esta perda o endividamento da Petrobras cresceu 162% de 2010 para 1S2015, saindo de R$179bilhões para R$469bilhões. É sabido que além da questão da dívida existem outros grandes desafios que a companhia tem pela frente: alta recente do dólar, a queda do preço do petróleo no mercado internacional, o rebaixamento do nível de risco pela S&P, além das investigações ligadas à operação “Lava a Jato”.
O futuro da Petrobras é, portanto, de grande incerteza, mas certamente deixará um legado de rico conhecimento para o mundo dos negócios caso a companhia consiga (ou não) superar sua crise financeira. O tempo com certeza dirá...
Deixe o seu comentário sobre como você avalia o destino da Petrobras. Até a próxima!
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