Por Luiz Guilherme Dias
Muitos especialistas do mercado alertaram que a fragilidade da economia, o crescimento do desemprego, a queda da renda junto com os efeitos perversos da Lava Jato poderiam levar os bancos brasileiros, principalmente os grandes, a enfrentar um novo ciclo desafiador. Desde o 1º semestre de 2015 os indicadores antecedentes de inadimplência vinham subindo de forma generalizada e os bancos argumentavam que a alta era sazonal e que não deveria reverberar em piora do índice acima de 90 dias.
A grande questão é que o ciclo de lucro crescente apoiado no crédito de baixo risco acabou para os maiores bancosbrasileiros neste ano. "Os bancos estão vivendo o final de um ciclo benigno, de redução do risco da carteira e alta da Selic, e começando outro, cuja extensão dos problemas nós não sabemos", afirmou um renomado analista do mercado.
“Esse cenário se dá num momento em que os bancos procuram proteger seus níveis de rentabilidade, tanto para
remunerar o capital de seus acionistas num momento de maiores incertezas econômicas, que implicam aumento dos
prêmios de risco, quanto para fortalecer o patrimônio líquido, principal componente do Índice de Basileia”. Ainda assim o ROE dos bancos brasileiros (média de 19%) continua sendo mais atraente do que o dos bancos americanos.
Em um nosso artigo publicado com o título “SABE por que os Bancos continuam tendo recordes de lucros?” mostramos o resultado de uma pesquisa feita com o Banco de Dados SABE sobre as demonstrações contábeis trimestrais individuais de 2011 a 2015 dos maiores bancos do país medidos pelo Resultado Líquido e pelo Retorno do Acionista (ROE).
Neste artigo vamos mostrar, com base em nosso Banco de Dados SABE, a comparação das informações/indicadores
financeiros atualizados até 30/Set/2015 contra igual período de 2014 dos quatro maiores bancos do país: Bradesco,
Banco do Brasil, Itauunibanco e Santander BR.:
Informações Financeiras 4 Maiores Bancos – 9M2015 x 9M2014.
Fonte: SABE ©
Gráficos Resultados Bruto/Líquido e ROE dos 4 Maiores Bancos – 9M2015 x 9M2014.
Fonte: SABE © Imagens valem mais que mil palavras: observando os gráficos podemos tirar as seguintes conclusões:

Fonte: SABE ©


Fonte: SABE © Imagens valem mais que mil palavras: observando os gráficos podemos tirar as seguintes conclusões:
- Resultados Brutos decrescentes, à exceção de Itauunibanco, provocados pelo fato dos aumentos das despesas de intermediação terem sido superiores aos aumentos das receitas de intermediação; destaque para o Bradesco que teve resultado bruto negativo (despesa maior que receita);
- Lucros crescentes: Bradesco +16%; Banco do Brasil +40%; Itauunibanco: +32% e Santander BR: 274%, este último por conta do fraco resultado dos 9M2014;
- Retornos de Acionistas crescentes, mas menores que as rentabilidades obtidas no passado até 2008 que oscilavam em torno de 23% para os três maiores bancos.