“Boas ideias começam no papel, um produto reciclável, que tem origem em fontes renováveis” BRACELPA, Associação Brasileira de Celulose e Papel
A Fibria foi formada em 2009 pela fusão da Aracruz e VCP (Votorantim Celulose e Papel). Líder mundial na produção de celulose de eucalipto, a Fibria possui capacidade produtiva de 5,3 milhões de toneladas anuais de celulose, com fábricas localizadas nos estados de ES, MG, SP e BA. De acordo com a Wikipédia o nome Fibria remete à própria essência do negócio da empresa – a fibra de madeira proveniente de plantios renováveis – e o seu símbolo, a figura da folha, representa as florestas, tendo o verde como cor principal.
Com uma operação integralmente baseada em plantios florestais renováveis localizados nos Estados de SP, MG, RJ, ES, MS e BA, a Fibria trabalha com uma base florestal total de 969 mil hectares, dos quais 36% são destinados à conservação ambiental.
Em 2010, a Fibria migrou para o Novo Mercado (NM), segmento de listagem mais elevado em Governança Corporativa da BM&FBovespa, que requer o comprometimento com as melhores práticas de governança, visando criar um ambiente de negociação com equidade de direitos concedidos aos acionistas e de transparência na prestação de informações pelas companhias. Em 2012, a companhia firmou aliança estratégia com a empresa canadense Ensyn para investir no segmento de combustíveis renováveis a partir de madeira e biomassa.
A seguir os grandes números da FIBRIA com base nas últimas informações divulgadas pela companhia:
Veja agora o que o nosso Banco de Dados SABE tem a mostrar sobre a Fibria: evolução das Receitas Líquidas comparadas com os Resultados Líquidos desde 2000, “Radar” de informações e indicadores financeiros de 2011 a 2015 e desempenho em bolsa das ações FIBR3 (FIBRIA ON) nos últimos 4 anos.
O gráfico seguinte apresenta a evolução do desempenho da Fibria desde o ano 2000. Como a companhia foi formada a partir de 2009 (Aracruz + VCP) esta informação faz sentido em termos gerenciais.
No período de 2000 a 2015 a Fibria teve em 2008 um prejuízo de R$1,3bilhões e em seguida recuperou-se até voltar a amargar prejuízo de 2011 a 2013. Nos dois últimos anos tem tido um lucro com pequena margem, porém crescente.
Nos últimos 5 anos a Fibria teve crescimento de ativos, queda de patrimônio líquido e aumento de endividamento total. As receitas cresceram a uma taxa (CAGR) de 11,48% ao ano, e em 2015 a receita cresceu 42% em relação ao ano anterior. O lucro de 2015 de R$357 milhões representou um aumento de 119% em relação a 2014. As margens e retornos cresceram também em 2015, alcançando os maiores percentuais dos últimos 5 anos. Por outro lado, a relação da dívida total em relação ao PL também atingiu o maior nível em 2015.
No curto prazo de 12 meses de 2015 a ação FIBR3 valorizou cerca de 71%, com alta liquidez. Olhando o longo prazo, as ações FIBR3 tiveram uma valorização de 32% de 30/Mar/2011 a 11/Mar/2016. A cotação do papel saiu de R$24,24 e atingiu R$30,37 no final desse período (a cotação máxima no período foi de R$51,89 no fim de 2015). Em período idêntico o Ibovespa teve nesse intervalo uma queda de 28%.
Cabe aqui o registro que o setor de Papel e Celulose possui 3 das 4 ações que alcançaram a maior valorização em 2015.
COMENTÁRIOS FINAIS:Como noticiado no O Globo de 08/Fev/2016, neste Brasil da crise o nome “eucalipto” pode ser chamado de “árvore do dinheiro”, por ser matéria-prima para a produção de celulose e estar ao largo das ondas de queda de preço e receita de outras commodities. Num ranking liderado por soja, minério de ferro e óleos brutos, a celulose figura em 7º lugar nas exportações e com desempenho positivo.
Atrás de China, EUA e Canadá, o Brasil é o 4º maior produtor de celulose do mundo e o 1º em produção de celulose de eucalipto. Vários fatores ajudaram o crescimento do setor em 2015: aquecimento da demanda, não existência de sobreoferta de produtos, moeda americana em alta e rejuste em quatro vezes para cima do preço da tonelada de celulose. Por outro lado, nosso país ainda goza da vantagem competitiva de operar com baixo custo e alta produtividade: aqui uma árvore de eucalipto está pronta para corte em 7 anos, enquanto que no Chile leva 18 anos e na Europa de 25 a 30 anos, no caso do pinus (concorrente do eucalipto).
A Fibria mantém o objetivo de fazer novos investimentos visando atingir em 2017 uma produção de 7 milhões de toneladas com geração de 3 mil empregos diretos e indiretos. Mais da metade de sua produção é transformada em papéis sanitários para exportação. O mercado doméstico sofre com queda nas vendas de papel e outros produtos por conta da recessão econômica.
A SABE Consultores tem o propósito de compartilhar informações úteis e atualizadas sobre as empresas brasileiras com professores, universitários, contadores e investidores individuais. Manteremos você atualizado, como de costume, com novas informações extraídas do nosso Banco de Dados SABE.
Aproveite para deixar o seu comentário sobre o desempenho da Fibria dentro do atual cenário de recessão econômica que está impactando todos os setores da economia, inclusive o de Papel e Celulose.
Luiz Guilherme Dias é Sócio-Diretor da SABE Consultores, Consultor de Empresas e Conselheiro Certificado.