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“A maior tragédia do Brasil não é a dívida externa, nem a dívida interna: é a dívida social”
Teotônio Vilela – Empresário e Político brasileiro
A dívida das empresas brasileiras é um assunto recorrente e, às vezes, cria a sensação que, para muitas, não há solução. Nessa ótica o ditado popular seria “Devo não pago, nego enquanto puder” no lugar de “Devo não nego, pago quando puder”. Publicamos vários artigos sobre esse tema, alertando sobre os efeitos da grave crise político-econômica que vem assolando nosso país nos últimos anos.
Neste artigo, apresentamos o problema utilizando a relação Dívida Líquida/EBITDA. Além de ser um indicador simples, algumas empresas, através de seu Conselho de Administração, adotam esse múltiplo para autorizar o pagamento de dividendos. A recomendação dos especialistas é que quando o quociente Dívida Líquida/EBITDA ultrapassa o limite de 3x, o endividamento é grave. Entretanto, para uma análise criteriosa é importante levar em conta cada setor de atividade.
A planilha a seguir apresenta o número de empresas (não financeiras) com o indicador Dívida Líquida/EBITDA maior que 3x (alto endividamento), menor que 3x (baixo endividamento) e menor que ZERO (sem dívidas). A conclusão é que mais de um terço das empresas com ações na Bovespa estão com alto endividamento. Em outros artigos mostraremos o padrão desse indicador para cada setor individualmente.
![Dívida Líquida/EBITDA em 2016 – 246 EmpresasFonte: SABE © Powered by Maestro ©](http://sabe.temp.w3br.com/wp-content/uploads/2017/04/Dívida_Emp2016_01.jpg)
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Os gráficos seguintes mostram as 10 empresas mais endividadas e as 10 menos endividadas em 2016, de acordo com o indicador Dívida Líquida/EBITDA. Cabe o registro que 5 das 10 mais endividadas são do Setor Têxtil.
![10 Mais Endividadas e 10 Menos Endividadas – Dívida Líquida/EBITDA em 2016Fonte: SABE © Powered by Maestro ©](http://sabe.temp.w3br.com/wp-content/uploads/2017/04/Dívida_Emp2016_02-1024x309.jpg)
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O endividamento das empresas assim como o das famílias é uma pré-condição para o País voltar a crescer, para os agentes econômicos voltarem a tomar empréstimo e crescer. Os balanços de 2016 mostraram que não houve crescimento real das receitas líquidas das empresas, dificultando o pagamento do principal ou mesmo dos juros das dívidas. Sem aumento de receitas as empresas ficam sem caixa para honrar seus compromissos com terceiros, em particular os bancos que por conta da recessão apertam o crédito para reduzir o risco de calote. A boa notícia é que o BACEN deve reduzir hoje a SELIC em 1 ponto percentual para 11,25% aa, aumentando a chance da taxa básica estar menor que 9% aa no fim de 2017. A redução da taxa SELIC estimula a economia porque juros menores impulsionam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica como o atual.
A SABE Consultores tem a missão de “organizar informações financeiras sobre as empresas brasileiras e torná-las acessíveis e úteis” e acredita que as empresas conscientes atuam de maneira a criar valor não só para si mesmas, mas também para seus clientes, colaboradores, fornecedores, investidores, comunidade e meio ambiente ou usando o jargão do momento para seus “stakeholders”. Manteremos você atualizado com novas informações extraídas do nosso Banco de Dados SABE.
Aproveite para deixar o seu comentário ao final desta página sobre este Artigo. Luiz Guilherme Dias é Sócio-Diretor da SABE Consultores, Consultor de Empresas e Conselheiro Certificado.