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ETERNIT – E a saúde, como vai?
30/11/2017A Eternit anunciou em Fato
Relevante divulgado no dia 27/Nov/2017 que utilizará exclusivamente
fibras sintéticas na produção de telhas até o final de 2018. Segundo o
comunicado, A Eternit investiu, nos últimos anos, cerca de R$ 25 milhões na
adaptação dos equipamentos e do processo de produção de suas unidades
industriais, para que pudesse substituir progressivamente a fibra mineral pela
fibra sintética de polipropileno. No final de 2015, concluiu o investimento de
aproximadamente R$ 95 milhões na implantação de uma nova fábrica em Manaus (AM)
para a produção da fibra de polipropileno, suficiente para abastecer todas as
unidades fabris da Companhia e ainda a demanda de terceiros.
A Eternit vem enfrentando há vários anos o desafio polêmico de provar que a fibra mineral do amianto de crisotila não tem efeito nocivo à saúde, mesmo tendo seu uso sido autorizado pela Lei 9.055/95. A questão é controversa porque em alguns países desenvolvidos não há proibição de uso do amianto.
Entretanto, seguindo a tendência do mercado, percebida nos últimos anos, de os consumidores deixarem de adquirir produtos que contenham amianto, especialmente na construção civil, a Eternit decidiu substituir, progressivamente, o amianto crisotila por matérias-primas alternativas, como a fibra sintética. A questão que se coloca é: até que ponto esse problema afetou a saúde financeira da companhia?
De 2014 para os 9M2017, tanto as receitas quanto os resultados da Eternit só fizeram cair. A perda de receitas nesse período foi de 32% e o resultado anual ficou pela 1ª vez no vermelho em 2016 com prejuízo de R$ 38 milhões que, anualizado se torna equivalente a uma perda de R$ 62 milhões em 2017.
A ação ETER3 (ETERNIT ON) de Dez/2012 a 28/Nov/2017 sofreu uma desvalorização acentuada de 63% contra uma valorização de 22% do Ibovespa, refletindo o fraco desempenho econômico-financeiro da companhia nos últimos cinco anos.
Nos últimos 5 anos, 2012 a 2016, a Eternit teve um desempenho ruim com quedas em indicadores chave, medidas por taxas de crescimento anuais compostas (CAGR), como segue: patrimônio (-0,8%), receitas (-1,8%), EBITDA (-29,8%) e lucros (-180,3%). A dívida líquida da companhia cresceu quase 10% ao ano no mesmo período. Em 2016 a relação dívida líquida/EBITDA disparou para 11,96x, acima do nível de perigo. O retorno do acionista (ROE) na média dos cinco anos ficou em 12%. Em 2012 e 2013 esteve acima de 20%.
Pela comparação dos números do balanço dos nove primeiros meses de 2017 contra igual período de 2016, o desempenho da Eternit continuou muito ruim: quedas do patrimônio (-16%), da receita (-21%), do EBITDA (-118%), além do prejuízo dos 9M2016 ter aumentado quase cinco vezes, atingindo R$ 47 milhões. A boa notícia sobre o resultado dos 9M2017 foi o endividamento ter se reduzido em quase 10%, embora com EBITDA negativo a situação do equacionamento da dívida da companhia fique mais crítica.
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