Só que, quem viaja por este nosso país, transita por nossa estradas, frequenta nossos aeroportos, necessita dos nossos portos e, muito especialmente, aqueles que movimentam cargas sabem que não é bem assim.
A acentuada deterioração da Infraestrutura brasileira tem sido objeto de frequentes e detalhados comentários na imprensa, amparados nos preocupantes relatos de empresas que dela dependem, corroborados por inúmeros testemunhos.
E os especialistas ainda assinalam que o recém-anunciado pacote de concessões envolve recursos confirmando marcha à ré do setor, ou seja, retornamos aos níveis de 2003 (1,75% do PIB). Fontes abalizadas não freiam seus comentários, apenas para não andar para trás, ou seja, exclusivamente para a manutenção da infraestrutura atual carecemos de um investimento da ordem de 2,1% do PIB. E há mais ameaças de marcha lenta, a previsão de recursos de quase R$ 195 bilhões constantes da 2ª etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL) lançada pelo Governo e destinados a projetos de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias ainda deve sofrer atrasos ou mesmo, muitos deles, ficarem no papel.
Não surpreende que o Setor de Transporte e Logística, vital para nossa recuperação econômica, evidencie a fragilidade reconhecida no país e no exterior.
Paradoxalmente, é animador o exame das empresas listadas na BOVESPA e operando na área de concessões (CCR, Ecorodovias, Arteris), em especial no que tange à sua experiência e capacitação, algumas, inclusive, com capital de origem externa e renome mundial, tendo, em geral, vencido uma em cada três concorrências, valendo-se das privatizações ou, como preferirem, concessões, das melhores estradas brasileiras, incluindo a icônica Ponte Rio-Niteroi, esta, aliás, renovada com novo vencedor, sadio corolário da participação da iniciativa privada. Mas, o ânimo se arrefece quando se constata que são prejudicadas por receitas de pedágios reajustadas pelo IGP-M (cerca de 3,9% aa) diante de custos operacionais, sobretudo, salários subindo em percentuais bem superiores. E surge o desânimo quando são examinados os resultados de 1º Trimestre de 2015, que refletem a redução do fluxo de veículos nas estradas onde operam.
Igualmente com ações negociadas na BOVESPA, as ações do segmento de Logística – Wilson, Sons; Log-In; ALL e JSL – demonstram que a atual situação econômica do país tem lhes agredido e causado reveses. Contudo, SABE que, confirmando nossa opinião acerca das empresas, a gestora escocesa Aberdeen elevou de 15% para 20% sua participação na Wilson Sons.
SABE o que encontramos nas demais empresas de Transporte e Logística listadas em nossa bolsa:
- Prumo Logistica, a antiga LLX, uma das poucas empresas integrantes do finado Grupo EBX que não refugiou-se na recuperação judicial, continua, porem, quase agonizante, herdeira dos notórios problemas estruturais do Grupo. Sua sobrevivência e recuperação vincula-se fundamentalmente às futuras operações do Porto de Açu;
- GOL, envolta em boas e más notícias. Se, por um lado, a queda nos preços de petróleo lhe é benéfica, a desvalorização cambial repercute fortemente em sua dívida. Pena que, justo quando se constatam sensíveis melhoras operacionais por parte de transportadoras aéreas no mundo inteiro, decorrência de aumento do fluxo de passageiros, isto lhe é negado pela valorização do dólar. Conseguirá aumentar sua receita de viagens internacionais?
- Triunfo: sua agressividade pode entusiasmar investidores audaciosos, haja vista ter ganho a concorrência para operar o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, São Paulo, porem, é nítida a carência de experiência para se tornar um operador expressivo à curto prazo no setor.