Mesmo com a economia estagnada os Bancos continuam produzindo recordes de lucros, confirmando a tese que atualmente só existem dois bons negócios no Brasil: Banco COM inflação e Banco SEM inflação. Entretanto, considerando ser esse o principal setor em crescimento, não há o que festejar, pois o ciclo de lucro crescente apoiado no crédito de baixo risco acabou para os maiores bancos brasileiros.
Uma pesquisa feita no banco de dados SABE sobre as demonstrações contábeis trimestrais individuais de 2011 a 2015 dos maiores bancos do país medidos pelo Resultado Líquido e pelo Retorno do Acionista (ROE) do 1º trimestre permite tirar as seguintes observações
- A exceção do Santander os lucros trimestrais atingiram seus picos históricos no período;
- Em relação ao 1º trimestre de 2014 os crescimentos dos lucros foram: BB 105%, Itaú 65%, Bradesco 23% e Santander 32%;
- BB bateu o recorde neste ano com lucro de R$5,7 bilhões, porém impactado pela receita não recorrente gerada pelo acordo da associação celebrada entre o BB Elo Cartões e a Cielo no ramo de meios eletrônicos de pagamento que só faz crescer;
- Itaú: embora tendo tido um excelente lucro no trimestre de R$5,6 bilhões, fez provisões maiores para perdas com calotes e piorou estimativas para despesas e crédito, refletindo a fraqueza da economia do país;
- Bradesco encerrou o 1º trimestre de 2015 com lucro líquido contábil de R$ 4,2 bilhões, apoiado em maiores ganhos com juros e no controle de despesas, mas o resultado foi ofuscado em parte pelo desempenho fraco em seguros e pelo aumento da inadimplência;
- Santander teve seu maior resultado em 2011, superior a R$1 bilhão, mas no 1º trimestre de 2015 lucrou apenas R$ 0,68 bilhões, cerca de 30% abaixo daquele patamar;
- Em termos de Retorno para o Acionista anualizado, BB liderou com 31,27% (mas não deve repetir), seguido de Itaú com 21,67%, Bradesco um pouco abaixo com 20,22%. Nesse quesito Santander decepciona ficando muito abaixo no ranking com 4,73%.