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No meio da ponte

01/06/2020

“Não estou totalmente convencido de que estamos num momento de alta, não tem como a bolsa subir indiscriminadamente. A próxima temporada de balanços será essencial para medir os impactos da crise do coronavírus no lucro das empresas"

Marcelo Audi – Sócio da Cardinal Partners

A maldição de Maio

De acordo com matéria publicada no site Infomoney, o Ibovespa fechou em alta na sexta-feira (29 de maio), com ganho acumulado de 6,4%.O principal índice da Bolsa brasileira fechou o mês de maio no azul, contrariando o ditado “sell in may and go away”, com um avanço de 8,6%, o maior para um mês de maio desde 2009, quando o índice subiu 12,5%, segundo levantamento da consultoria Economatica, ilustrado na planilha abaixo:

Segundo o Investopedia, pensa-se que a frase "venda em maio e vá embora" se origine de um velho ditado inglês: "venda em maio e vá embora, e volte no dia de St. Leger". Esta frase refere-se ao costume de aristocratas, comerciantes e banqueiros que deixariam a cidade de Londres e escapariam para o país durante os meses quentes de verão. O Dia de St. Leger se refere às Estacas de St. Leger, uma corrida de cavalos puro-sangue realizada em meados de setembro e a última etapa da Coroa Tripla Britânica.

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"Vender em maio e ir embora" tornou-se um ditado sobre investimentos que alerta os investidores a alienarem suas ações em maio e esperarem reinvestir em novembro. A explicação é que de 1950 a 2013, o Dow Jones Industrial Average apresentou retornos mais baixos no período de maio a outubro, em comparação com o período de novembro a abril. Entretanto, desde 2013, as estatísticas sugerem que esse padrão sazonal pode não ser mais o caso, e aqueles que o seguem podem perder ganhos significativos no mercado de ações. Melhor olhar os fundamentos do que acreditar em bobagem!

O momento atual

Segundo levantamento do G1 , junto às secretarias estaduais de saúde, no sábado (30 de maio), foram registradas 28.015 mortes provocadas pela Covid-19 e 469.510 casos confirmados da doença em todo o país.

O total de pacientes recuperados é de 205.371 pessoas, conforme dados das secretarias estaduais de saúde. RJ lidera o ranking de recuperados com 31.934 pessoas, seguido de AM, com 26.742 e CE com 25.766 pessoas até 27 de maio.

Pouco a pouco, estados e municípios vão apresentando planos e ações concretas para a flexibilização das medidas de isolamento social. O movimento de reabertura da economia já vem sendo realizado em países cujo o pico da pandemia do coronavírus já passou, caso da China, Coreia do Sul, Itália, Espanha e alguns estados norte-americanos. No Brasil, ainda estamos NO MEIO DA PONTE para chegar ao ponto em que a curva de contágio fique descendente.

Balanços do 1º trimestre de 2020 (Final)

Até o dia 30 de maio nosso Banco de Dados SABE registrou a publicação de 231 balanços individuais de companhias listadas na B3, sendo 210 empresas (não financeiras) e 21 bancos.

O desempenho total, medido pela soma dos resultados líquidos do 1T2020, mostrou a “cara feia” da economia com o impacto provocado pela COVID-19 tanto para as companhias não financeiras quanto para os bancos, quando comparamos os números dos balanços contra igual período de 2019. Um cenário bastante preocupante, pois a doença se manifestou somente a partir da 2ª quinzena do último mês do 1º trimestre deste ano.

·  Empresas: queda de 482%, de R$ 17,6 bilhões para menos R$ 67,59 bilhões;

- >  68 empresas, 1/3 do total da análise, amargaram prejuízo no 1T2020 totalizando R$ 87,4 bilhões;

->  se excluirmos os maiores prejuízos, cuja soma foi de R$ 82,2 bilhões no 1T2020, a situação se reverte e a variação passa a ser positiva de 4,2%, pouco acima da inflação dos últimos 12 meses,o que significa um aumento quase nulo em termos reais;

->  os maiores lucros (variações entre parêntesis) foram de: Telef Brasil com R$ 1,1 bilhões (-14%), Ambev com R$ 1,1 bilhões (-59%), B3 com R$ 1,0 bilhões (+69%) e Itausa com R$ 1,0 bilhões (-59%);

->  os maiores prejuízos (variações entre parêntesis) foram de: Petrobras com R$ 48,5 bilhões (-1.304%), Suzano com R$ 13,4 bilhões (+994%), Azul com R$ 6,1 bilhões (-4.567%), JBS com R$ 5,9 bilhões (-643%), Suzano Hold com R$ 3,7 bilhões (+991%), Klabin com R$ 3,2 bilhões (+1.479%) e Sid Nacional com R$ 1,4 bilhões (+17.872%).

·  Bancos: queda de 34%, de R$ 21,8 bilhões para R$ 14,5 bilhões;

->  2 bancos apresentaram prejuízo no 1T2020: BTGP e Pine;

->  Maiores: a exceção de Santander cujo lucro foi de R$ 3,8 bilhões (+11%), os demais tiveram queda nos lucros, a saber: Bradesco com R$ 3,4 bilhões (- 42%), BB com R$ 3,2 bilhões (-19%) e Itaú com R$ 3,7 bilhões (-47%);

->  Menores: BTGP teve prejuízo de R$ 908 milhões (-247%), Pine trouxe prejuízo de R$ 2,3 milhões (-94%) e Mercantil Invest reverteu prejuízo para lucro de R$ 504 mil (+491%).

Ficaram fora do cômputo, CEA Modas, Grupo Natura, Locaweb e Statkraft, por falta de informação no 1T2019.

Notícias relevantes

A seguir um clipping de notícias consideradas relevantes por nossa equipe, visando auxiliar o leitor a compreender o recorrente “quebra-cabeças” do mercado de capitais brasileiro.

Desempenho do Ibovespa

O Ibovespa encerrou a última semana no dia 29 de maio registrando 87.402 pontos. O índice apresentou uma queda de 32.125 pontos (ou 26,9% em moeda local) em relação à máxima de 119.527 pontos observada em 23/jan/2020. Na ano o Ibovespa caiu 24,4%.

A tendência primária (longo prazo) do Ibovespa continua em alta, mesmo com a elevada volatilidade e incerteza do momento, tanto no plano econômico quanto no político. No curtíssimo prazo (últimos 21 pregões) a tendência também está em alta.

Veja a seguir o desempenho da bolsa brasileira, medido em pontos pelo Ibovespa e pelos índices das carteiras B3 de Dividendos (IDIV), Small Caps (SMLL) e Sustentabilidade (ISE), em diferentes intervalos de tempo. Observe que, com a queda provocada pela onda de pânico com o COVID-19, somente no longo prazo (5 anos), à exceção do ISE, a variação dos índices supera, no momento, a renda fixa.

O conjunto de estatísticas mostrado ajuda o leitor a perceber os movimentos cíclicos da bolsa brasileira, em especial sobre os que têm (e os que não têm) fundamento técnico. Perceba a melhora das variações dos 4 índices no médio prazo.


Confira a evolução do “termômetro da bolsa” no gráfico abaixo e perceba as diferenças acentuadas entre as tendências (linha pontilhada em amarelo) e as volatilidades do Ibovespa no longo prazo (cinco anos) e no curtíssimo prazo (últimos 21 pregões):

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A SABE não pretende nem se dispõe a ensinar/instruir como investir no mercado de ações nem, muito menos, quais e quando comprar/vender ações: para isso recomendamos consultar a sua Corretora. SABE é o suporte imprescindível para quem já atua neste mercado ou já tomou a decisão de nele participar.

O SABE Alerta é apenas a “ponta de um iceberg” quando comparado ao acervo de informações que o Big Data SABE tem à disposição de investidores e gestores de investimentos em ações: são 140.000 demonstrações financeiras padronizadas de TODAS as companhias abertas desde 1994. Além disso produzimos uma verdadeira “enciclopédia” sobre as companhias listadas na B3 com 362 newsletters, sendo 133 blogs e 229 alertas até o do 25 de maio de 2020.

Luiz Guilherme Dias
SABE | Inteligência em Ações da Bolsa


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