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Bancos: Lucros caem 33% no 1º Trim 2020!
24/07/2020
APRESENTAÇÃO
Os números que serão aqui apresentados foram gerados tendo como base as demonstrações financeiras das companhias abertas do Setor de Bancos listadas na B3, com o objetivo de medir o desempenho dos Bancos segundo o porte dos seus ativos no 1º Trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019.
A análise focaliza os seguintes indicadores: Ativos Totais, Resultados Líquidos, Estrutura de Capital (Patrimônio Líquido/Ativo Total) e ROE (Retorno do Acionista).
A amostra contém 23 Bancos, sendo 5 Maiores (ativos acima de R$ 200 bilhões) e 18 Menores (ativos menores que R$ 100 bilhões), que fazem parte do Banco de Dados SABE©. À exceção do Indusval, todos os bancos publicaram seus balanços até 30 de junho de 2020.
SETOR COMO UM TODO (1º Trim 2019 X 1º Trim 2020)
Na comparação do 1º trimestre de 2020 com igual período de 2019, o desempenho dos Bancos foi fraco, revertendo uma tendência antiga de bons resultados. Os ativos cresceram, mas os lucros tiveram quedas expressivas, especialmente os dos Maiores Bancos. A estrutura de capital, medida pela relação Patrimônio Líquido/Ativo Total, cedeu um pouco, e o retorno do acionista (ROE) caiu 6,6 pontos percentuais, influenciado pelos Maiores Bancos.
No primeiro trimestre do ano, o maior lucro foi do Santander (R$ 3,8 bilhões, aumento de 11,5%), seguido do Itaú com R$ 3,7 bilhões (queda de 47%). No período três bancos deram prejuízo, BTGP, Pine e Finansinos, sendo o maior o do BTGP com R$ 908 milhões. Os maiores retornos anualizados (ROE) foram conquistados por Daycoval com 41% e BRB com 24,5%.
A planilha abaixo ilustra a evolução, do 1º Trim 2019 para o 1º Trim 2020, dos indicadores do total dos 23 Bancos segmentados pelo porte, em termos de ativos. Em seguida comentamos o desempenho dos Maiores e Menores.
BANCOS MAIORES (1º Trim 2019 X 1º Trim 2020)
Os 5 Maiores Bancos (ativos superiores a R$ 200 bilhões) do país listados na B3 apresentaram um fraco desempenho no 1º Trim 2020: mesmo com aumento de 15% nos ativos, os grandes bancos tiveram queda expressiva de mais de 36% nos resultados líquidos e queda elevada (7,3 pontos percentuais) no ROE, do nível de 18% para 11%.
O melhor desempenho foi obtido pelo Santander, com lucro de R$ 3,8 bilhões (aumento de 11,5%) e o maior ROE para o acionista com 21%. Em 2º lugar veio o Itaú com lucro de R$ 3,7 bilhões (queda de 47%) e ROE de apenas 10,3% no 1º Trim 2020. O BTGP Banco amargou prejuízo de R$ 908 milhões no primeiro trimestre do ano.
BANCOS MENORES (1º Trim 2019 X 1º Trim 2020)
Os 18 Bancos Menores (ativos inferiores a R$ 100 bilhões) trouxeram um melhor desempenho do que os Maiores com aumento de 13% nos ativos e crescimento de 20% nos lucros. A estrutura destes bancos ficou estável no nível de 10% e o ROE subiu 1,2 pontos percentuais para 16,2% no 1º Trim 2020.
O Banrisul lidera em ativos com R$ 83 bilhões, seguido do Nord Brasil (BNB) com R$ 59 bilhões. O maior lucro foi conquistado pelo Daycoval (R$ 396 milhões, aumento de 84%), seguido de Nord Brasil com R$ 328 milhões, aumento de 14% em relação ao 1º Trim 2019.
O melhor desempenho foi obtido pelo Daycoval (ativos de R$ 39 bilhões) com o maior lucro e o maior ROE (40,6%) de todos os Bancos desta análise. Como já comentado dois Bancos amargaram prejuízos no 1º Trim 2020: Banco Pine (- R$ 2,3 milhões) e Finansinos (- R$ 463 mil).
CONCLUSÃO
De 2018 para 2019 o setor de Bancos como um todo vinha apresentando números excelentes com aumento de 29% nos lucros e um ROE de 18,5%. Os 5 Maiores ostentavam ROEs entre 17% e 20% no fim de 2019.
Pela comparação dos números do 1º Trim de 2019 com igual período de 2020, observamos uma mudança nesse comportamento, especialmente por parte dos grandes bancos cujos ROEs se reduziram para o patamar de 16%, ficando o Itaú, um líder tradicional, com ROE de 10,3%!!
No 1º trimestre de 2020 os destaques em desempenho vão para Santander e para o Daycoval por terem apresentado os melhores indicadores de resultados.
Os grandes bancos já sentem a ameaça da tecnologia com o Open Banking, as Big Techs e as Fintechs.
O Open Banking propõe mudar a maneira como o mercado financeiro funciona, assim, não apenas os grandes bancos irão deter as informações financeiras das pessoas, mas também outras empresas, como fintechs, plataformas de crédito, e outras instituições relacionadas. As Big Techs, gigantes de tecnologia nascidas no Vale do Silício como Facebook, Google, Amazon e Apple, fazem parte do dia-a-dia de bilhões de pessoas. Uma parcela significativa da população brasileira já é usuária dos serviços das Fintechs e a entrada dessas empresas no setor financeiro levanta discussões a respeito do impacto que exercerão sobre o SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiros), além de aspectos como questões concorrenciais, regulatórias e relativas à privacidade de dados dos consumidores.
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O SABE Alerta é apenas a “ponta de um iceberg” quando comparado ao acervo de informações que o Big Data SABE tem à disposição de investidores e gestores de investimentos em ações: são 150.000 demonstrações financeiras padronizadas de TODAS as companhias abertas desde 1994 e os preços ajustados de suas ações dos últimos cinco anos.
Luiz Guilherme Dias
SABE | Inteligência em Ações da Bolsa
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