Criada em 1942 no governo Getúlio Vargas para a exploração das minas de ferro na região de Itabira, no estado de Minas Gerais, a Vale é atualmente uma das maiores mineradoras do mundo, a maior produtora de minério de ferro e a segunda maior de níquel. Privatizada em 1997 no governo FHC, a Vale é hoje uma empresa global de capital aberto com ações negociadas na BM&FBOVESPA e em diversas bolsas estrangeiras como Paris, Madrid, Hong Kong e Nova York, integrando o Dow Jones Sector Titans Composite Index.
A partir de 2000 a Vale cresceu através de aquisições e incorporações. Em 2006 comprou 3/4 das ações ordinárias da canadense Inco, maior mineradora de níquel do mundo, por cerca de US$18bilhões, tornando-se a 2ª maior empresa de mineração do mundo, atrás da anglo-australiana BHP Billiton. Em 2007 a Vale tornou-se a 31ª maior empresa do mundo, atingindo um valor de mercado de US$168bilhões, à frente da IBM. Em 2008 seu valor de mercado foi estimado em US$196bilhões, perdendo no Brasil apenas para a Petrobras (US$287bilhões) e se tornando uma das 15 maiores empresas do mundo.
De 2009 para cá muitas mudanças ocorreram no setor de mineração por conta da crise financeira mundial, da desaceleração da economia chinesa e da violenta queda do preço do minério de ferro no mercado internacional, caindo de um patamar de US$180/ton para menos de US$60/ton atualmente, como mostra o gráfico a seguir:
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Luiz Guilherme Dias
Consultor de Empresas
Conselheiro Certificado
Atualmente com um valor de mercado na casa dos US$23bilhões (cerca de 12% do que foi em 2008!), a companhia conta com 76 mil funcionários próprios (59 mil no Brasil) e busca maior eficiência com redução de custos, maior competitividade, redução da dívida e melhora da posição de balanço.
Veja agora o que o nosso acervo de dados tem a mostrar sobre a evolução do Retorno do Acionista de 2000 a 2014, das informações e indicadores financeiros no período de 10 anos (2005 a 2014) e em seguida a comparação do 1º semestre de 2015 com o mesmo período de 2014 da Vale.
Embora com evolução crescente do seu patrimônio bruto e líquido (acima de 19% aa), de 2012 até 2014 a Vale teve o seu endividamento aumentado, queda nas receitas e resultados, com prejuízo em 2013 e pequeno lucro em 2014. Como consequência suas margens e retornos caíram de 2012 para cá, mas a companhia conseguiu manter sua liquidez de curto prazo e geral em bom nível.
Na comparação do desempenho dos 9 meses de 2015 com igual período de 2014, percebemos um quadro semelhante ao dos últimos três anos com queda na receita e no resultado com prejuízo de quase R$12bilhões em 9M2015. De modo análogo vemos quedas nas margens e rentabilidades com aumento de 30% no grau do endividamento total nesse período.
O gráfico da evolução trimestral das cotações das ações VALE5 (VALE PNA) mostra o desempenho em bolsa da companhia com uma desvalorização de 58% do preço do papel, que saiu de R$35,26 no 4º Trim/2010 (preço máximo em mais de 4 anos) para atingir R$14,98 em 23/Out/2015, refletindo o mau momento que atravessa o setor de mineração no mundo.
COMENTÁRIOS FINAIS:
Mesmo com a excelente notícia sobre o recorde de 248 ton de produção de minério de ferro nos primeiros nove meses de 2015, a Vale enfrenta o desafio de um cenário ainda muito incerto para os preços das commodities minerais. Para tal teve que implementar expressivos cortes de custos operacionais e reduzir a segunda parcela de dividendos aos acionistas para US$ 500 milhões, equivalente a metade da proposta inicial.
O desempenho financeiro dos 9M2015 foi afetado pela forte valorização do dólar no 3º trimestre deste ano, impactando tanto as receitas quanto o endividamento da companhia. Por conta desse desafio a Vale busca maior competitividade, ganhos de produtividade, redução da dívida e melhora da posição de balanço.
Quanto ao “quanto Vale a Vale?”, título deste artigo, na atual conjuntura o mais seguro seria dizer que “o futuro a Deus pertence”. Entretanto, se alguns profissionais de mercado que projetam um “upside” de 60% para o preço das ações preferenciais da companhia (VALE5) estiverem com boa pontaria a VALE pode vir a valer US$36bilhões recuperando parte de seu valor de mercado do passado. O artigo sobre o desempenho anual da companhia a ser publicado no 1º trimestre de 2016 vai confirmar (ou não) essa projeção.
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