SABE

Estamos a menos de 20 dias do encerramento do prazo para as companhias listadas em bolsa publicarem seus balanços encerrados em 31/Dez/2018. Realizamos um estudo com os balanços consolidados de 84 empresas (não financeiras) e individuais de 19 bancos.

Confira a seguir as principais conclusões obtidas com números extraídos do Big Data SABE sobre o crescimento das receitas líquidas e dos resultados líquidos (lucros ou prejuízos), de 2017 para 2018. No caso dos Bancos usamos o Resultado Bruto da Intermediação Financeira como parâmetro de medida da Receita Líquida.

Desempenho 2018 x 2017

· EMPRESAS: crescimento de 17% das receitas e 89% dos lucros, totalizando R$ 1,3 trilhões e R$ 114 bilhões em 2018, respectivamente.

   - Maiores crescimentos nominais

          *  Receitas: Tarpon Inv (169%), Locamerica (166%), Marfrig (60%) e Fibria (56%);

           *  Lucros: Petrobras (6.982%), Sid Nacional (4.576%), Burger King (3.253%) e BRQ (1.051%);

   - Maiores valores

          *  Receitas: Petrobras (R$ 350 bilhões), Petrobras BR (R$ 98 bilhões), Ultrapar (R$ 91 bilhões) e Carrefour (R$ 54 bilhões);

           *  Lucros: Petrobras (R$ 27 bilhões), Ambev (R$ 11 bilhões), Itaúsa (R$ 10 bilhões) e Telefônica Brasil (R$ 9 bilhões);

· BANCOS: queda de 11% das receitas e crescimento de 18% dos lucros, totalizando R$ 82 e R$70 bilhões em 2018, respectivamente.

    - Maiores crescimentos nominais

           *  Resultado Bruto da Intermediação Financeira: Banco Inter (61%), Banrisul (18%), Daycoval (17%) e Banpará (11%);

           *  Lucros: Mercantil (103 %), Santander (52%), Banco Inter (41 %) e Bradesco (30%);

     - Maiores valores

           *  Resultado Bruto da Intermediação Financeira: Banco do Brasil (R$ 27 bilhões), Bradesco (R$ 21 bilhões), Santander (R$ 19 bilhões) e Banrisul (R$ 4 bilhões);

           * Lucros: Itauunibanco (R$ 22 bilhões), Bradesco (R$ 19 bilhões), Banco do Brasil (R$ 13 bilhões) e Santander (R$ 12 bilhões);

Maiores Receitas e Lucros em 2018

Considerando os quatro maiores valores de receitas e lucros, notamos uma expressiva concentração de mercado nas Empresas e fortíssima nos Bancos. Confira a seguir:

EMPRESAS

·  Receitas: as quatro maiores receitas - Petrobras (R$ 350 bilhões), Petrobras BR (R$ 98 bilhões), Ultrapar (R$ 91 bilhões) e Carrefour (R$ 54 bilhões) - correspondem a 45% do total da amostra;

·  Lucros: os quatro maiores lucros - Petrobras (R$ 27 bilhões), Ambev (R$ 11 bilhões), Itaúsa (R$ 10 bilhões) e Telefônica Brasil (R$ 9 bilhões) - equivalem a 50% do total da amostra desse estudo.

BANCOS

·  Resultado Bruto da Intermediação Financeira: os quatro maiores resultados brutos - Banco do Brasil (R$ 27 bilhões), Bradesco (R$ 21 bilhões), Santander (R$ 19 bilhões) e Banrisul (R$ 4 bilhões) - correspondem a 86% do total da amostra;

·  Lucros: os quatro maiores lucros - Itauunibanco (R$ 22 bilhões), Bradesco (R$ 19 bilhões), Banco do Brasil (R$ 13 bilhões) e Santander (R$ 12 bilhões) - equivalem a 94%!!! do total da amostra desse estudo.

Comentários Finais

Do lado das Empresas, percebemos um sinal mais forte de crescimento caracterizado pelo aumento de 89% do lucro. Retirando as quatro maiores em lucro (Petrobras, Ambev, Itaúsa e Telefônica) ainda assim o aumento se mantém em expressivos 47%.

Pela ótica dos Bancos, o quadro é diferente: o aumento é dos lucros de apenas 18%, incluindo os quatro maiores (Itauunibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander). Sem estes, o lucro cai 7%, evidenciando a fraqueza dos menores.

Em síntese, acreditamos ser cedo concluir o efeito do desempenho das companhias listadas em bolsa na retomada da economia. Preferimos aguardar o fim da temporada de balanços para apresentar conclusões mais assertivas. De toda maneira com um PIB de 1,1% é mais prudente não esperar notícias de impacto muito positivo.

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Luiz Guilherme Dias
SABE | Inteligência em Ações da Bolsa