Siderurgia: queda de 48% nos lucros, redução do endividamento

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Siderurgia: queda de 48% nos lucros, redução do endividamento

05/12/2019

O setor de SIDERURGIA/METALURGIA possui hoje 12 companhias listadas na B3.

As três maiores SIDERÚRGICAS por lucro pelo balanço dos 9M2019 foram:

·  GERDAU - R$1,1 bilhões com queda de 42%

·  SID NACIONAL - R$1,1 bilhões com queda de 68%

·  GERDAU MET - R$1,1 bilhões com queda de 42%

O lucro destas três maiores representa 85% do lucro total do segmento nos 9M2019.

As receitas acumuladas do setor como um todo caíram 7% enquanto o lucro acumulado do setor caiu 48% em relação aos 9M2018.

À exceção de Aço Altona, cujo lucro cresceu 56% pelo último balanço, todas as demais companhias tiveram queda no lucro ou alguma recuperação do prejuízo dos 9M2018.

Estas companhias veem apresentando um crescimento medíocre nos últimos cinco anos, como mostra a planilha a seguir:


O crescimento acumulado dos lucros não foi medido porque as três siderúrgicas tiveram prejuízos entre 2015 e 2017.

Houve uma enorme redução da alavancagem financeira das três companhias que chegaram a ter relação DL/EBITDA em nível de alerta vermelho em 2016: GERDAU (27x), SID NACIONAL (9,5x) e GERDAU MET (28x).

O ROE de SID NACIONAL de 52% em 2018 não deve se repetir em 2019, por conta do resultado extraordinário. A projeção para o ROE anualizado de 2019 é de 15%.

Conclusão

Uma das principais razões que explica a volatilidade do desempenho das siderúrgicas brasileiras é a forte variação do preço spot do minério de ferro negociado recentemente a US$ 90,80 a tonelada, depois de atingir US$ 127,15 em julho. Em 2019, a média é de cerca de US$ 95, em comparação com menos de US$ 70 em 2018. A previsão é que os preços de 2020 retornem ao nível de 2018, derrubando mais uma vez as receitas e lucros das companhias do setor.

Enquanto a volatilidade não se estabiliza, continuamos digerindo a notícia de que o “nosso amigo”, presidente Donald Trump, pretende voltar a sobretaxar o aço brasileiro, surpreendendo o setor siderúrgico nacional. A medida ressuscita o impasse das tarifas impostas às exportações brasileiras desses produtos aos Estados Unidos, que estão em discussão desde 2018, quando o governo Trump intensificou uma "guerra comercial" que atinge principalmente a China, além de outros países.

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Luiz Guilherme Dias
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