Por Luiz Guilherme Dias
De acordo com o Instituto Aço Brasil o Setor Siderúrgico no Brasil é representado por 14 empresas privadas, controladas por 11 grupos empresariais e operando 29 usinas distribuídas por 10 estados brasileiros. Em 2014 a indústria do aço no Brasil foi responsável pela produção de 34 milhões de toneladas de aço bruto, levando o país a ocupar a 9ª posição no ranking da produção mundial. A Siderurgia emprega no Brasil mais de 122.000 pessoas e exporta sua produção para mais de 100 países.
O aço é resultado de uma liga de ferro e carbono e, portanto, depende da produção das mineradoras. No mundo quatro países respondem por cerca de 65% das reservas de minério: Brasil, Rússia, Austrália e China. As maiores exportadoras são Vale (Brasil), Rio Tinto e BHP Billiton (Austrália) que em conjunto detêm 70% do mercado mundial.
O consumo per capita de aço no Brasil é de 126 kg de produto siderúrgico/habitante. Os principais setores clientes de aço são: Construção Civil; Automotivo; Bens de capital, Máquinas e Equipamentos (incluindo Agrícolas); Utilidades Domésticas e Comerciais, quase todos dependentes de uma economia aquecida.
Em nosso mercado acionário competem no Setor de Siderurgia e Metalurgia 12 empresas, a seguir em ordem alfabética: Aliperti, Ferbasa, Fibam, Gerdau, Gerdau Met, Mangels Indl, Met Duque, Panatlantica, Paranapanema, Sid Nacional, Tekno e Usiminas. Desta lista, apenas quatro companhias (Gerdau, Gerdau Met, Sid Nacional e Usiminas) totalizaram 94% das receitas líquidas em 2014. Não foram consideradas Met Duque e Tekno por falta de série histórica de dados.
Os aspectos do setor de Siderurgia que merecem atenção são: fusões e aquisições no cenário internacional, potencial da companhia para aquisições e ganhos de escala, desempenho dos setores consumidores em especial: construção civil, automotivo e bens de capital, efeitos do dólar sobre as exportações e o comportamento das economias chinesa e norte-americana.
Veja agora o que o nosso Banco de Dados SABE tem a revelar sobre a evolução das empresas do Setor de Siderurgia e Metalurgia em termos das Receitas Líquidas, Resultados Líquidos, Endividamentos Totais e Retornos do Acionista no período de 2010 a 2015, sendo este último anualizado. Veja também como foi o desempenho em bolsa das ações das companhias do setor em mais de cinco anos.
No período de 2010 a 2015(A) a soma das Receitas Líquidas das empresas do setor cresceu com taxa anual composta (CAGR) de 5,1%, ao mesmo tempo em que a soma dos Resultados Líquidos recuou bastante ficando no vermelho em 2015 (destaque para o CAGR de -20,52% no período). Por outro lado, a soma do Endividamento Total cresceu apresentando um CAGR positivo de 8,53%. Na média do setor o ROE (retorno do acionista) só ficou positivo em 2010 e 2011; em 2012 chegou a -56% na média e a partir daí melhorou, mas permaneceu negativo até 2015.
As planilhas seguintes mostram os indicadores descritos individualizados pelas empresas do setor.
- Receitas Líquidas: as 4 maiores (Gerdau, Gerdau Met, Sid Nacional e Usiminas) representam 94% do setor, como dito.
- Resultados Líquidos: a maioria, inclusive as 4 maiores, com prejuízos nos 9 Meses de 2015; destaque para Ferbasa que apresenta lucros crescentes; Fibam e Mangels Indl em situação de prejuízo constante; Paranapanema com boa recuperação de 2013 para cá.
- Endividamento Total: maiores empresas com as maiores dívidas brutas, lideradas pela Sid Nacional (R$49bilhões).
- Retorno do Acionista (ROE): situação muito crítica para Fibam e Mangels Indl sendo esta muito grave (patrimônio líquido negativo de 2013 a 2015 representado por -100,00%); ROE de Paranapanema em 9M2015 está distorcido por conta de patrimônio líquido muito baixo; novo destaque para Ferbasa com ROE de quase 16%.