
“E a raça vermelha, a primeira neste país, é como minério de ferro, a primeira coisa necessária para o aço” Anônimo
O governo federal planeja leiloar em 2017 22 mil áreas para exploração minerária, afirmou no dia 19/Out/2016 o presidente da CPRM/Serviço Geológico do Brasil. Segundo a fonte, 8 mil áreas em disponibilidade no DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) serão ofertadas ainda no 1º semestre de 2017. (Fonte: www.noticiasdemineracao.com/). Esperamos que a mineração junto com outras atividades industriais volte a crescer nos próximos anos ajudando a recuperação da economia do país.
O mercado acionário brasileiro possui apenas 4 companhias abertas do setor de Mineração: Magnesita SA, Manabi, MMX Miner e Vale. Mas, podemos dizer que a Vale é praticamente o Setor: em termos de bolsa quando a Vale vai mal o Setor vai mal e vice-versa. No 1º semestre de 2016 essas empresas totalizaram R$47 bilhões em receitas, dos quais R$45 bilhões vieram da Vale e R$1,8 bilhões da Magnesita. A Vale sozinha representa 96% do setor. Os gráficos a seguir ilustram os números mencionados.

Fonte: SABE ©
Olhando pela ótica dos resultados no 1S2016 a Vale liderou com lucro de quase R$10 bilhões (com forte aumento de 312% em relação ao 1S2015), seguida da Magnesita com R$161 milhões. A Manabi ocupou a 4ª posição de resultados com prejuízo de R$23 milhões. O setor como um todo obteve um resultado líquido positivo de pouco mais de R$10 bilhões, com um crescimento de 300% puxado pela Vale. Das 4 companhias do setor em bolsa, duas (Manabi e MMX Miner) deram prejuízo no 1º semestre de 2016.
Na comparação do 1S2015 contra 1S2016, as 3 maiores variações de receitas, EBITDA e resultados e as 3 menores variações de dívidas das empresas do setor em bolsa são mostradas nas planilhas a seguir:

Fonte: SABE ©
Ainda na comparação do 1S2015 contra 1S2016, as 4 empresas no conjunto tiveram bons indicadores influenciados pelo desempenho positivo da Vale: crescimento de mais de 15% nas receitas e na geração de caixa medida pelo EBITDA e forte aumento (mais de 300%) no resultado líquido. Ao mesmo tempo, embora com aumento de 5,5% da dívida líquida, essas companhias reduziram em mais de 8% a relação entre a dívida líquida e o EBITDA no 1S2016. A taxa de retorno para o acionista (ROE) que era negativa no 1S2015 subiu 10,7 ppt alcançando uma rentabilidade de 7,53% no 1º semestre de 2016, em função da recuperação da Vale. A tabela seguinte ilustra os números do setor na comparação dos totais dos últimos dois semestres das 4 empresas do setor.

Fonte: SABE © Comentários Finais
A Vale, principal empresa do setor, emprega elevados esforços para recuperar sua imagem perante o mercado após a tragédia resultante do rompimento da barragem da Samarco, joint venture em parceria com a BHP Billiton. O MPF (Ministério Público Federal) denunciou no dia 20/Out/2016, 8 executivos da Vale por homicídio qualificado com dolo eventual (quando se assume o risco de matar), devido ao rompimento da barragem de Fundão, da Samarco em Mariana (MG). De acordo com a mineradora, apenas 2 deles não trabalham mais na empresa. Em recente notícia da Reuters veiculada no dia 20/Out/2016, a Vale informa que repudia denúncia do MPF (Ministério Público Federal) à Justiça no caso Samarco. A denúncia acontece em um momento em que a Samarco tenta voltar a operar. (Fonte: Infomoney).
Além disso, continuam as especulações sobre a saída do CEO da Vale por conta de movimento liderado pela bancada mineira do PMDB, insatisfeita com as demissões promovidas no estado ao longo de 2015 e com o impacto do acidente da Samarco. Em 2015, a Vale interrompeu algumas unidades de beneficiamento de minério de ferro em Minas Gerais que tinham custo mais alto e demitiu centenas de pessoas. A tragédia da Samarco, após o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério de ferro, agravou a situação dos municípios mineiros. A Vale ainda discute na Justiça uma ação, de autoria da União e dos estados de MG e ES, para que a mineradora desembolse R$ 20 bilhões para recuperar a Bacia do Rio Doce, atingido no acidente. (Fonte: O Globo/Bloomberg – 26/Ago/2016).
A SABE Consultores tem o propósito de “organizar informações financeiras sobre as empresas brasileiras e torná-las acessíveis e úteis” e acredita que as empresas vencedoras e que vieram para ficar são as que buscam criar valor para TODOS os seus stakeholders. Manteremos você atualizado com novas informações extraídas do nosso Banco de Dados SABE.
Aproveite para deixar o seu comentário ao final desta página sobre este Artigo. Luiz Guilherme Dias é Sócio-Diretor da SABE Consultores, Consultor de Empresas e Conselheiro Certificado.