“A maneira como os bancos ganham dinheiro é tão simples que é repugnante” John Galbraith – Economista, Filósofo e Escritor
O Banco Santander (Brasil) S.A. é a subsidiária do banco espanhol Banco Santander no Brasil. A operação brasileira entrou em atividade desde 1982 e é parte integrante do Grupo Santander, que é o principal conglomerado financeiro da Zona do Euro. Contando com uma equipe de cerca de 50 mil funcionários o Santander BR está presente em todas as regiões do país por meio de uma estrutura composta de 3.601 agências e postos de atendimento e 18.194 caixas eletrônicos. A operação no Brasil, respondeu em 2014 por mais de 20% do lucro líquido do Grupo Santander e 53% de seu lucro líquido na América Latina (Fonte: Wikipédia).
O Santander BR encerrou o 2º trimestre de 2016 com lucro líquido gerencial, que não exclui o ágio da compra do Real, de R$ 1,806 bilhão, o que representa um crescimento de 7,8% sobre o mesmo período de 2015, de R$ 1,675 bilhão. O resultado superou em 25% as expectativas de analistas consultados pelo Broadcast, serviço em tempo real do Grupo Estado. A média de 12 casas (Deutsche Bank, Banco Safra, Goldman Sachs, BTG Pactual, Credit Suisse, Brasil Plural, Morgan Stanley, UBS, Votorantim e três que preferiram não ser identificadas) indicava resultado de R$ 1,446 bilhão no período de referência. (Fonte: Infomoney).
Veja agora o que o nosso Banco de Dados SABE tem a mostrar sobre o Santander BR: “Radar de Desempenho Econômico-Financeiro de 2011 a 2015, agora inovando com informações sobre Distribuição do Valor Adicionado, a comparação 1S2015 X 1S2016 e o desempenho em bolsa das ações SANB11 (SANTANDER UNIT)”.
De 2011 a 2015 o Santander BR teve um desempenho com taxa composta anual de crescimento de ativos e redução de patrimônio líquido; do lado dos resultados cresceram as receitas de intermediação, caiu o resultado bruto e o resultado operacional (este ficando negativo em 2015), e cresceu o resultado líquido com CAGR de 14,36% ao ano. A novidade agora é para a distribuição de valor adicionado (DVA) que cresceu no período 8,18% ao ano com taxa composta.
Na comparação do 1S2015 x 1S2016, o banco manteve comportamento semelhante para as contas patrimoniais, como também de receitas e de resultado bruto e operacional, mas teve queda no resultado líquido (-45%). A boa notícia vai para o forte aumento de quase 63% no DVA. Veja a seguir como foi o desempenho das ações SANB11 (SANTANDER BR UNIT).
De 30/Set/2011 a 29/Jul/2016 a ação SANB11 teve uma valorização de 115,21%. A cotação ajustada de fechamento do papel saiu de R$9,47 e atingiu R$20,38 no final do período (por coincidência a cotação máxima foi de R$20,38 em 29/Jul/2016 e a mínima de R$9,47 em 30/Set/2011). No mesmo intervalo de tempo o Ibovespa subiu 9,53%.
COMENTÁRIOS FINAISO setor de Bancos com ações na Bovespa contém 25 instituições com ativos totais de R$3,8 trilhões em 2015. Quatro destas instituições (BB, Bradesco, Itaunibanco e Santander) possuem 88% dos ativos totais, 85% das receitas e 87% dos resultados líquidos. Com base nas DFs individuais de 2015, observamos o seguinte: BB tem liderança em Ativos Totais (R$1,5 trilhões) e nas Receitas de Intermediação (R$181 bilhões) no ranking de 2015. Por Resultado Líquido o Santander BR ocupou em 2015 a 4ª posição (~R$7 bilhões), atrás de Itauunibanco, Bradesco e BB. Pelo critério do Retorno do Acionista (ROE) o Santander BR ficou em 2015 na 11ª posição com 12,74%.
Para alguns analistas do mercado, mesmo com as incertezas no cenário doméstico, o setor financeiro tem apresentado uma excelente performance na Bovespa graças ao excesso global de liquidez e à entrada de capital em mercados emergentes. Ao mesmo tempo existe um cenário desafiador para os bancos brasileiros não relacionado aos fundamentos individuais de cada instituição, mas à pior recessão enfrentada pelo país desde 1930.
Por outro lado, percebemos outro tipo de ameaça ao segmento bancário resultante do uso intensivo de tecnologia digital inovadora denominada “fintech” (junção de Finanças com Tecnologia), que vem sendo aplicada por alguns bancos novos como o Original e o Neon, por exemplo. Trata-se de startups que criam inovações na área de serviços financeiros, com processos baseados em tecnologia. Normalmente, estas startups criam novos modelos de negócio, em áreas como conta corrente, cartão de crédito e débito, empréstimos pessoais e corporativos, pagamentos, investimentos, seguros, etc.
O Banco Original foi criado em 2011 e, atualmente, já conta com R$ 6,6 bilhões de ativos e R$ 2,2 bilhões de patrimônio. De acordo com um relatório do BTG Pactual divulgado em 26/Jul/2016 o Banco Original abre cerca de 1.000 contas por dia e a meta é aumentar esse número para um total de 3.000 contas abertas por dia. No 2º trimestre de 2016, o Original totalizou 5.700 clientes. Segundo analistas do BTG, o Original é o resultado de uma “fintech encontrando um grande banco”, já que opera com soluções semelhantes às de startups, mas consegue garantir a força e credibilidade de um grande banco. O grande diferencial é ser totalmente digital e online, que resulta em taxas 20% mais baratas que as dos demais bancos brasileiros.
O Banco Neon, cujo CEO tem 24 anos de idade, atingiu a marca de 5 mil pedidos de aberturas de contas nas primeiras 48 horas depois do seu lançamento. Esta fintech chega com a estratégia de cobrar o menor valor possível em taxas. Não há anuidade, taxa de abertura ou qualquer outro valor de manutenção – são cobradas taxas apenas em transações específicas, como alguns saques e transferências. Conforme divulgado nos primeiros dias do site do Neon, os 5.000 primeiros clientes terão prioridade para a abertura de contas que demora cerca de 5 minutos para ser aberta através do app. (Fonte: Infomoney).
Em artigo nosso recentemente publicado sob o título “Temporada de Balanços 1T2016: Rentabilidades das empresas aumentam e dos bancos diminuem” chamamos atenção para o atual cenário econômico ruim para os bancos e impactando as empresas que precisam renegociar suas dívidas num momento de juros elevados e créditos escassos, ao mesmo tempo em que os bancos reduzem seus empréstimos e passam a se concentrar em controle de inadimplência e renegociação de contratos. Surge a indagação: como estará o setor de bancos nos próximos anos tendo que enfrentar desafios financeiros e agora tecnológicos com o surgimento das “fintechs”?
A SABE Consultores tem o propósito de compartilhar informações úteis e atualizadas sobre as empresas brasileiras. Manteremos você atualizado com novas informações extraídas do nosso Banco de Dados SABE.
Aproveite para deixar o seu comentário ao final desta página sobre o Banco Santander. Luiz Guilherme Dias é Sócio-Diretor da SABE Consultores, Consultor de Empresas e Conselheiro Certificado.