A única coisa que devemos temer é o próprio medo. Franklin Roosevelt
O experiente jornalista Elio Gaspari em sua coluna semanal de domingo (17/Jan/2016) nos chama a atenção para a história das trigêmeas Loterio, de 15 anos, que viviam numa casa sem internet, a 21 km da escola, na zona rural de Santa Leolpoldina, interior do ES. Estas jovens conseguiram os três primeiros lugares na classificação do estado, em um município assolado por roubalheiras de políticos e empresários.
Em um artigo publicado no início deste ano sob o título “O que pode dar certo em 2016” enfatizamos que incentivar a confiança é a chave para a mudança, pois sem confiança não há investimento e sem investimento não há desenvolvimento da economia. Continuamos com uma visão otimista para a bolsa brasileira no longo prazo dizendo: “Nunca desista da Bolsa!”.
Nosso propósito é compartilhar informações úteis e atualizadas sobre as empresas brasileiras de capital aberto em linguagem simples e acessível à maioria das pessoas, em especial às que foram induzidas com o falso conceito de que a Bolsa é um cassino. Não fazemos recomendações ou mesmo projeções, embora estejamos sempre atentos aos movimentos bipolares do “Sr. Mercado”, em geral oscilando entre medo (de perder tudo) e ganância (de ganhar mais).
Este artigo, escrito no meio do Carnaval de 2016, retoma a questão da confiança na recuperação da economia do nosso país e, como consequência, do desenvolvimento sustentável das boas empresas brasileiras. A propósito, assistindo na 2ª feira de Carnaval ao desfile das Escolas de Samba no Rio de Janeiro, fiquei refletindo sobre o DNA do nosso povo que, em meio a uma crise política e econômica “nunca antes vista nesse país”, sorri, canta e dança com felicidade invejável. Talvez seja este um dos motivos que incentiva muitos pesquisadores a conhecer e estudar o Brasil, país que tem um futuro que talvez nunca seja alcançado nos padrões das nações mais desenvolvidas até que encontre seu verdadeiro rumo e personalidade.
A figura a seguir ilustra uma visão sobre o Brasil no mundo: juntamente com os BRICs (Rússia, India e China) e os Estados Unidos, o Brasil reúne importantes ativos de área geográfica, população e até mesmo produção medida pelo PIB. Entretanto, ainda não aproveitamos todo este potencial competitivo devido a inúmeros fatores, dos quais em minha opinião o principal é a educação num sentido amplo.
Como noticiado pela Infomoney, João Braga, co-gestor da XP Gestão e "pupilo" de Luis Stuhlberger no Fundo Verde, apresentou em evento realizado em São Paulo em 25/Nov/2015 alguns pontos fundamentados em dados históricos para o investidor ficar menos pessimista com o Brasil:
- Alta da taxa de juros nos EUA: não devemos ter medo, pois segundo um estudo feito pelo JPMorgan, entre 1995 e 2013, o Federal Reserve elevou os juros por 13 vezes; e em 11 dessas altas, o Ibovespa subiu nos meses seguintes.
- Novo corte de rating: também não devemos temer, pois de 1998 para cá, 6 países perderam a nota "Grau de Investimento". Destes, 5 viram a bolsa do país subir nos 6 meses seguintes. Isso acontece porque o mercado não espera para precificar um evento que já conhece. Vamos perder o "Investment Grade" em 2016 sim, mas isso já não faz mais preço.
- Queda nos resultados das empresas: o que importa não é um resultado mostrar alta ou queda no lucro, mas sim se ele veio acima ou abaixo do esperado. Até o Itaú, cujo lucro vem crescendo ano a ano desde 2003, deve mostrar retração nos ganhos em 2016. Isso é ruim? Sim, mas também já está no preço. Ou seja: com qualquer resultado positivo nas próximas temporadas de balanços, a Bovespa pode responder com forte valorização.
- Desaceleração da China: há 10 anos, 1% da população estava na classe C. Atualmente, esse percentual subiu para 10% da população. Daqui a 10 anos, estará em 55%. Imagina quanta gente vai "entrar" no mundo para consumir? Quando o Brasil mudar (só não sabemos exatamente quando) terá uma enorme oportunidade de crescimento. A Argentina mudou, a Venezuela está caindo de “maduro”. Um dia vamos mudar....
O ano de 2016 reinicia logo após o Carnaval. Estamos no meio da temporada de balanços de 2015. É hora de acompanhar, analisar e compreender os resultados das nossas empresas de capital aberto. Das cerca de 370 companhias com ações na Bolsa, muitas são verdadeiros exemplos de qualidade de gestão e oportunidade de investimento, mas ainda desconhecidos pela maioria dos investidores individuais.
Continuaremos a produzir artigos sobre as empresas, setores e temas relacionados para informar nossos leitores e auxiliar o desenvolvimento do nosso mercado de ações. Ao invés de “chorar o leite derramado” devemos focar nossas energias naquilo que queremos que aconteça: queda de juros, controle da inflação e do câmbio, aumento de investimentos, redução do desemprego, aumento da renda, enfim o desenvolvimento da economia. O resto as boas empresas cuidam: é só o Governo não atrapalhar.
COMENTÁRIOS FINAIS:Para o Senador Cristovam Buarque “o Aedes Aegypti é um produto do Aedes Brasilis: os brasileiros imprevidentes com saneamento e educação cívica. A consequência do casamento entre estes dois Aedes é o sofrimento de milhões de doentes contaminados com o vírus da dengue, e milhares com o vírus zika, que, possivelmente, provoca a tragédia da microcefalia. As consequências da microcefalia social são o atraso econômico e social, além de dificultar o avanço político e a construção de uma sociedade democrática, eficiente e harmônica. Ainda mais, é a microcefalia intelectual que impede o Brasil de ter os sistemas de saneamento e educação cívica propiciando o desenvolvimento do Aedes Aegypti. O Aedes Brasilis provoca microcefalia social, que termina sendo a principal causa das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti e todas as demais formas de pobreza intelectual”.
Seguindo nossa missão de prover conteúdo útil sobre as companhias brasileiras abertas, manteremos você atualizado com novas informações extraídas do nosso Banco de Dados SABE.
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