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Trump taxa aço e derruba Siderúrgicas na B3
05/03/2018De acordo com notícia
publicada no G1 com Reuters, o presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, afirmou no dia 1º de Março de 2018 que seu governo vai definir tarifas
de importação de aço e alumínio de 25% e 10%, respectivamente, em breve. A
medida visa reconstruir os setores de siderurgia e alumínio do país, devido a
competição desleal de outros países há décadas.
O setor siderúrgico dos EUA perdeu quase três quartos da
força de trabalho entre 1962 e 2005, mas um estudo da Associação Econômica
Americana afirma que a maior parte das demissões ocorreu devido à tecnologia de
produção melhorada, com aumento de cinco vezes da produtividade por
trabalhador.
Essa decisão provocará efeitos no Brasil que conta com 30 usinas siderúrgicas, administradas por 11 grupos empresariais. Segundo o Instituto Aço Brasil, as exportações brasileiras de aço bruto em 2017 somaram 15,4 milhões de toneladas ou US$ 8 bilhões, com alta de 14,3% em volume e de 43,9% em valor comparativamente a 2016. Já as importações cresceram 23,9% em 2017 frente ao ano anterior, totalizando 2,3 milhões de toneladas, o equivalente a US$ 2,2 bilhões.
As Siderúrgicas brasileiras perderam cerca de R$ 1,9 bi, em valor de mercado, devido à decisão de Trump. (Fonte: Globo.com).
Confira a seguir os principais indicadores-chave (KPI SABE) das quatro siderúrgicas, com informações dos dois últimos anos, extraídas do Big Data SABE:
- Receitas líquidas: Gerdau e Gerdau Met tiveram quedas nominais leves de 1,95%, Sid Nacional teve crescimento de 5,21% e Usiminas teve aumento expressivo de quase 27% nas vendas;
- Geração de Caixa por EBITDA: todas as quatro companhias tiveram crescimento de EBITDA, com destaque para as do Grupo Gerdau que tiveram aumentos expressivos de mais de 250% e Usiminas que dobrou sua geração de caixa em relação a 2016;
- Dívida Líquida/EBITDA: a exceção de Usiminas que está com grau de alavancagem no patamar de 4 vezes, as três demais siderúrgicas estão com alto grau de dívida, da ordem de 9 a 10 vezes sua geração de caixa; Entretanto, todas as siderúrgicas conseguiram reduzir a relação da dívida sobre o EBITDA de 2016 para 2017;
- Retorno do Acionista (ROE): devido a prejuízos recorrentes, a exceção de Usiminas que ofereceu ao seu acionista um ROE de 2,08%, as três demais tiveram retornos deteriorados.
Em resumo, o impacto da decisão do presidente Trump poderá prejudicar nossas companhias que já carregam dívidas elevadas. Para o presidente do Instituto Aço Brasil, o governo brasileiro precisa aumentar as tarifas de importação sobre o aço, atualmente de 12%, em média. Isso, diz, seria uma forma de evitar que o Brasil seja invadido por produtos siderúrgicos de outros países que perderão acesso ao mercado americano com as sobretaxas.
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Luiz Guilherme Dias
Equipe SABE Inteligência em Ações