Serviços Financeiros: Lucros caem 23% no 1º Trim 2020!

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Serviços Financeiros: Lucros caem 23% no 1º Trim 2020!

15/07/2020

APRESENTAÇÃO

Os números que serão aqui apresentados foram gerados tendo como base as demonstrações financeiras das companhias abertas do Setor de Serviços Financeiros listadas na B3, com o objetivo de medir o desempenho do setor e de seus segmentos (subsetores) no 1º Trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019.

A análise focaliza os seguintes indicadores: Receitas Líquidas, Resultados Líquidos, Grau de Alavancagem (Dívida Líquida/EBITDA) e ROE (Retorno do Acionista).

A amostra contém 10 companhias do Setor que fazem parte do Banco de Dados SABE©. Todas as empresas publicaram seus balanços até 30 de junho de 2020.

SETOR COMO UM TODO (1º Trim 2019 X 1º Trim 2020)

Na comparação do 1º trimestre de 2020 com igual período de 2019, o desempenho do setor como um todo foi fraco. As receitas líquidas tiveram crescimento nominal de pouco mais de 7%, os lucros caíram quase 23%, influenciados principalmente pelas Seguradoras. A alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, caiu mais de 12%, para patamar de 5,5 vezes, acima do nível de alerta. E, o retorno do acionista (ROE) cedeu 4,7 pontos percentuais ficando em 16,5%.

No primeiro trimestre do ano, o maior lucro foi da B3 (R$ 1,02 bilhões, aumento de 69%), seguido da BB Seguridade com R$ 883 milhões (queda de 13%). Das 10 companhias do setor, apenas 1 deu prejuízo, a Corretora de Seguros Alper (- R$ 85 mil). As duas companhias mais lucrativas (B3 e BB Seguridade) apresentaram os menores graus de endividamento anualizados no patamar menor que 1 vez; Cielo com EBITDA muito baixo trouxe uma alavancagem enorme no nível de 56 vezes. E os maiores retornos anualizados (ROE) foram conquistados por: Wiz (82%) e BB Seguridade (58%).

A planilha abaixo ilustra a evolução, do 1º Trim 2019 para o 1º Trim 2020, dos indicadores do total das 10 Empresas do Setor. Em seguida comentamos o desempenho individual de cada segmento também chamado de subsetor.


CORRETORAS DE SEGUROS (1º Trim 2019 X 1º Trim 2020)

Contando com apenas 2 empresas (Alper e Wiz), o segmento de Corretagem de Seguros apresentou um razoável desempenho no 1º Trim 2020: aumento de 10% nas receitas, queda de 17% nos resultados líquidos; aumento do grau de alavancagem anualizado para nível bem baixo (menor que 1 vez) e queda expressiva de 26 pontos percentuais) no ROE atingindo 48% no 1º Trim 2020.

O melhor desempenho foi obtido pela Wiz, com receita de R$ 170 milhões (aumento de 10%) e lucro de R$ 51 milhões (queda de 17%). A Wiz goza de boa posição de endividamento com alavancagem anualizada de 0,8x e conquistou um expressivo ROE para o acionista com 82% (!!).

SEGURADORAS (1º Trim 2019 X 1º Trim 2020)

O segmento de Seguradoras, composto de 5 empresas teve um desempenho fraco no 1º Trim 2020: aumento nominal de 7% nas vendas e queda de mais de 36% nos lucros. O grau de endividamento permaneceu estável no nível de 3 vezes e o retorno anualizado do acionista (ROE) caiu 10 pps.

No 1º Trim 2020 todas as companhias deram lucros, com a BB Seguridade na 1ª posição com R$ 883 milhões de lucro (queda de 13%) seguida da Porto Seguro com R$ 226 milhões (queda de 24%). A BB Seguridade conseguiu o menor grau de endividamento (0,3 vezes) e o maior retorno anualizado para o acionista (ROE) com 58%

SERVIÇOS DIVERSOS (1º Trim 2019 X 1º Trim 2020)

Este subsetor é composto de 3 empresas (B3, Cielo e Smiles) de atividades diferentes: Bolsa de Valores, Meios de Pagamentos e Programa de Milhagem. Seu desempenho foi o melhor do Setor como um todo: aumento nominal de receitas de quase 8%, redução nos lucros próximo a 4%, aumento de 14% no grau de alavancagem financeira, prejudicado pela Cielo, para nível de 9,1 vezes (acima do nível de perigo) e pequena queda de 0,5 pps no retorno anualizado (ROE).

B3 obteve o maior lucro com R$ 1,3 bilhões, com aumento expressivo de 83%, enquanto que a Cielo lucrou R$ 177 milhões, mas com um tombo de 65% em relação ao 1º Trim 2019. Em termos de grau de alavancagem financeira, B3 teve o menor nível com 0,8 vezes e a Cielo o maior com 56,4 vezes (!!), nível assustador. E, quanto ao retorno do acionista, a “campeã” foi a Smiles com um ROE anualizado de quase 18%, seguido da B3 com 16,5%.

CONCLUSÃO

De 2018 para 2019 o Setor de Serviços Financeiros vinha bem com aumento de 34% nos lucros do ano. O grau de endividamento caiu 17%, deixando o setor com uma alavancagem financeira elevada de 5,3 vezes, acima do nível de alerta, porém influenciada pelo Cielo que em 2019 estava com 42 vezes. Por outro lado, o retorno (ROE) do setor como um todo cresceu 6,5 pontos percentuais em 2019 chegando a 25,4%.

Pela comparação dos números do 1º Trim de 2019 com igual período de 2020, observamos que todos os segmentos do Setor de Serviços Financeiros tiveram um fraco desempenho com queda nos lucros, sendo a maior a do segmento de Seguradoras com redução de 36%.  Pela ótica do endividamento, percebemos no 1º Trim 2020 um grau de alavancagem anualizada bem baixo, com exceção de Cielo (56x) e SulAmerica (quase 14 vezes) que distorceram o padrão do setor. E, por último, todos os segmentos apresentaram reduções nos ROEs, sendo o de Serviços Diversos o menos afetado no 1º Trim 2020.

No 1º trimestre de 2020 os destaques em desempenho vão para B3 e BB Seguridade, por terem apresentado os melhores indicadores de receitas, lucros, endividamento e retorno para o acionista em nível acima do setor. Cabe também um destaque positivo para a Corretora de Seguros Wiz por ter conquistado um excelente ROE de 82% no 1º Trim 2020. Por último preocupa o alto grau de endividamento da Cielo que opera num segmento de alta competitividade no momento.

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O SABE Alerta é apenas a “ponta de um iceberg” quando comparado ao acervo de informações que o Big Data SABE tem à disposição de investidores e gestores de investimentos em ações: são 150.000 demonstrações financeiras padronizadas de TODAS as companhias abertas desde 1994 e os preços ajustados de suas ações dos últimos cinco anos.

Luiz Guilherme Dias
SABE | Inteligência em Ações da Bolsa


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