Saneamento – Setor com expansão travada

SABE

notícias

voltar

Saneamento – Setor com expansão travada

16/04/2018

Em matéria publicada no site ABCON – Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto sob o título “Como destravar a expansão do setor de saneamento”, uma das conclusões é que é possível introduzir um modelo de negócio disruptivo, que reúna os setores público e privado em colaboração.

Segundo o artigo, nas últimas décadas, o Brasil reduziu seu nível de investimentos em infraestrutura no país abaixo do índice anual de 2% do PIB, considerado o mínimo para a sustentação de um desenvolvimento econômico saudável. Esta situação piorou com a recessão de 2015-2016, quando esse valor se tornou inferior ao de outras economias em desenvolvimento.

Governo e agentes privados precisam descobrir formas de superação das barreiras para trabalhar em conjunto. O investimento privado no setor de saneamento brasileiro ainda está limitado a 6% do mercado em termos de alcance de domicílios.Desde a primeira concessão privada, em 1999, essa participação tem crescido lentamente. A principal razão é o quadro regulatório atual, que atribui grande parte da tomada de decisões e determinação de regras às mãos de cada cidade. (Leia mais...).

O Setor de Saneamento e Serviços de Água e Gás é composto por sete companhias abertas com ações na bolsa. Ceg e Comgas são companhias do segmento de Serviços de Gás, enquanto que Casan, Copasa, Iguá (antiga Cab Ambiental), Sabesp e Sanepar são do segmento de Saneamento.

Segundo os números dos balanços de 2017 das companhias do setor, apenas a Casan deu prejuízo. O resultado líquido como um todo caiu: o resultado acumulado em 2016 foi de R$ 5,1 bilhões contra um acumulado em 2017 de R$ 4,7 bilhões.

Duas empresas detêm 60% das receitas: Sabesp com 43% e Comgas com 16%. O total das receitas em 2017 foi de R$ 34 bilhões contra R$ 32 bilhões em 2016, representando um aumento nominal de 6,23%. O maior crescimento em vendas em 2017 contra igual período de 2016 ficou com a Ceg, cujas receitas subiram 22,79%.

De modo geral, o desempenho como um todo das companhias do Setor de Siderurgia e Metalurgia foi fraco, na comparação dos números de 2016 contra 2017: embora com receitas crescendo nominalmente pouco mais de 6%, os resultados líquidos caíram quase 8% e o EBITDA subiu próximo a 7%. As dívidas subiram quase 5% e a alavancagem financeira medida pela relação anualizada dívida/EBITDA reduziu 1,73%, atingindo o nível de 3,53x em 2017. O ROE (retorno do acionista) teve queda próxima a 15%, acompanhando a perda de resultados líquidos.

De 2016 para o 2017, somente a Comgas teve queda de receitas (2%), enquanto que as demais tiveram aumentos; os crescimentos mais expressivos foram de: Ceg (+23%) e Iguá (+18%). Com relação à geração de caixa medida pelo EBITDA, o destaque foi da Iguá (+154%). Com relação às variações de lucros, o destaque positivo vai para Copasa (+29%) e o negativo para Comgas (-28%).

Sobre o endividamento, observamos aumento expressivo do crescimento da dívida de Comgas (+24%), Casan (+17%) e Ceg (+16%). Por outro lado, Copasa e Iguá tiveram suas dívidas cedendo 5% e 14%, respectivamente. Olhando o nível da relação anualizada dívida/EBITDA, chamou nossa atenção o aumento da alavancagem de Casan (+145%) e Comgas (+60%), tendo a primeira atingido o nível bem elevado de 15,60x e a segunda de 3,24x. Copasa, Iguá, Sabesp e Sanepar reduziram seus graus de alavancagem financeira de 2016 para 2017.

Destaques Positivos e Negativos

Pela comparação dos números dos balanços de 2016 versus 2017, o destaque positivo é dado a Iguá pelo seu bom desempenho: reversão do prejuízo de R$ 83 milhões para lucro de R$ 30 milhões, crescimento de 2,5 vezes da geração de caixa medida pelo EBITDA e forte redução da alavancagem financeira do patamar de 15x para o de 5x.

O destaque negativo é atribuído à Comgas, por conta da expressiva queda do lucro (-29%), da geração negativa de caixa (-23%) e pelo forte aumento da dívida relativa ao EBITDA (+60%), saindo do nível de 2,02x em 2016 para o nível de 3,24x em 2017. Como consequência a Comgas teve queda de quase 9% (ou 3 pontos percentuais) em seu ROE que em 2017 ficou em 31,73%, o maior retorno do setor.

e-book


O SABE Alerta é apenas a “ponta de um iceberg” quando comparado ao acervo de informações que o Big Data SABE tem à disposição de investidores e gestores de investimentos em ações. São 120.000 demonstrações financeiras padronizadas de TODAS as companhias abertas desde 1994 que, junto com os preços de suas ações ajustadas dos últimos cinco anos permitem à nossa equipe elaborar relatórios técnicos com informações seguras para investidores e profissionais do mercado.

Acompanhe os artigos técnicos publicados no Blog SABE e conheça o SABE Intelligence, a maneira revolucionária de selecionar empresas saudáveis com a inteligência artificial e tomar decisões de investimentos em ações com maior probabilidade de acerto.

Luiz Guilherme Dias
Equipe SABE Inteligência em Ações

Comentários