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Resultados 9M2019: Empresas decepcionam e Bancos continuam crescendo
28/11/2019
Este artigo apresenta o desempenho das companhias do Ibovespa
nos 9M2019, comparado com o mesmo período do ano de 2018 (9M2018). Atualmente o
Ibovespa é composto de 68 ações de 65 companhias, sendo 60 não financeiras
(aqui chamado Empresas) e 5 financeiras (aqui chamado Bancos). Em síntese, o desempenho desses dois grupos de companhias
teve o seguinte comportamento: Empresas Os números dos balanços dos 9M2019 evidenciam um fraco
desempenho com receitas crescendo abaixo da inflação, lucros com crescimento
negativo (se excluirmos a Eletrobras e Petrobras), grau de alavancagem
financeira medido pela relação dívida líquida/EBITDA inexpressivo, assim como o
retorno do acionista (ROE) que subiu apenas 0,26 pontos percentuais de um
período para o outro. O fraco desempenho reflete do lado interno a frustração com a
lenta retomada da economia do país com as indústrias tendo fraca recuperação.
Do lado externo, a forte incerteza da economia global influenciada
principalmente pela guerra comercial EUA-China que, junto com as mudanças
políticas que veem ocorrendo na América Latina, têm afastado os investidores
estrangeiros do nosso mercado de capitais. A tabela seguinte ilustra o desânimo
econômico do país neste momento.
Bancos
Os números dos balanços dos 9M2019 dos cinco bancos que fazem parte do Ibovespa mostram um quadro diferente com melhores indicadores de desempenho, em especial o crescimento de quase 29% dos lucros líquidos e o aumento próximo a 3 pontos percentuais do ROE (retorno do acionista).
O bom desempenho dos bancos pode ser justificado, principalmente, pela baixa concorrência do setor e pelas altas taxas de juros cobradas (em especial do cheque especial e do rotativo dos cartões de crédito). As medidas de ajuste do setor como “open banking” e a entrada das “fintechs” ainda não ameaçam a concentração dos bancos.
A tabela abaixo explicita o desempenho dos cinco grandes bancos listados no Ibovespa nos 9M2019:
Destaques no desempenho 9M2018 X 9M2019
Empresas
· Receitas: maiores crescimentos de Suzano (+86%), Marfrig (+79%), Equatorial (+69%), Cyrela (+49%) e B3 (+37%);
· Receitas: maiores quedas de Embraer (-49%), Eletrobras (-27%), Cielo (-17%), Hypera (-15%) e Gerdau Met (-15%);
· Lucros: maiores aumentos de Eletrobras (+498%), Rumo (+329%), Cosan (+313%), Cemig (+277%) e Br Malls (+178%);
· Lucros: maiores quedas de Usiminas (-75%), Cogna (-68%), Sid Nacional (-68%), Telef Brasil (-50%) e Cielo (-49%);
· Grau de Alavancagem anualizado: situação confortável para BB Seguridade (negativo), Hypera (0,62x), Itausa (0,62x), Qualicorp (0,63x) e Smiles (0,70x);
· Grau de Alavancagem anualizado: situação de perigo para Embraer (65,04x), Cielo (36,08x), ViaVarejo (24,65x), Suzano (10,94x) e Eletrobras (10,74x);
· Retorno do Acionista (ROE) anualizado: maiores retornos de BB Seguridade (69%), Smiles (51%), Marfrig (37%), IRB Brasil Re (35%) e Magaz Luiza (31%).
Bancos
· Ativos: aumentos de Santander (+9%), Itauunibanco (+6%), Bradesco (+5%), Banco do Brasil (+2%) e BTGP Banco (+0,4%);
· Lucros: crescimentos de BTGP Banco (+367%), Banco do Brasil (+38%), Bradesco (+26%), Itauunibanco (+21%) e Santander (+19%);
· Retorno do Acionista (ROE) anualizado: Itauunibanco (20%), Santander (19%), Banco do Brasil (17%), Bradesco (17%) e BTGP Banco (15%).
Desempenho Setorial
Olhando agora pela ótica setorial e tendo como base a variação do lucro das Empresas, dos 9M2018 contra igual período de 2019, nota-se os seguintes destaques positivos por segmentos:
· Alimentos/Bebidas, pela expressiva recuperação dos prejuízos de JBS e Marfrig nos 9M2018; a BRF ainda continua negativa, mas em nível bem mais reduzido;
· Atacado/Varejo, em especial Magaz Luiza e Raia Drogasil com expressivo crescimento;
· Mercado Imobiliário, destaque para BR Malls e a Cyrella Realt que mostrou forte recuperação do prejuízo nos 9M2018;
· Energia Elétrica com TODAS as empresas apresentando crescimento positivo do lucro;
· Petróleo e Gás, com destaque para Cosan, Petrobras e Petrobras BR no aumento do lucro;
· Serviços Financeiros, tendo BB Seguridade, IRB Brasil RE e B3 apresentado expressivo aumento do resultado líquido;
Fazendo análise idêntica, mas trazendo os destaques negativos, temos:
· Siderurgia/Metalurgia com TODAS as empresas apresentando queda nos lucros;
· Transporte/Logística, excetuando Rumo e Localiza, as demais tiveram queda no lucro ou mostraram prejuízo nos 9M2019.
Reação das Ações na Bolsa
Os balanços dos 9M2019 foram divulgados entre os dias 1º de outubro e 14 de novembro passado. Neste intervalo o Ibovespa variou de 104.053 pontos a 106.269 pontos, equivalente a um aumento de 2,13%. Não fosse a taxa básica de juros Selic tão baixa historicamente, a variação seria muito menor. Por outro lado, o volume teve um crescimento expressivo de 33% no mesmo período, refletindo o interesse dos investidores individuais pelo mercado de ações.
Conclusão
Podemos dizer, com base nos balanços dos 9M2019, que o conjunto das 60 Empresas do índice Bovespa apresentaram desempenho aquém do esperado, enquanto os 5 Bancos mantiveram bons resultados.
A tão aguardada retomada só deverá ocorrer com a aprovação das reformas estruturais, o que vale dizer que deve demorar. Enquanto a reforma não vem só veremos daqui para a frente bons desempenhos nas companhias líderes de setores que sabem aproveitar as oportunidades oferecidas pelos mercados interno e externo.
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Luiz Guilherme DiasSABE | Inteligência em Ações da Bolsa