PETROBRAS – Por que ter medo?

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PETROBRAS – Por que ter medo?

17/07/2018

Para um analista da XP, "Tudo pode acontecer com Petrobras e prefiro não correr esse risco". Curiosa esta afirmação para uma companhia com 65 anos de existência e uma participação atual de quase 10% no Ibovespa. Em outras palavras, o que mudou na Petrobras recentemente? O que pode acontecer com a Petrobras que pode aumentar o seu risco? 

Para o analista da XP, os riscos são: mudanças na política de preços domésticos de combustíveis, execução do plano de desinvestimentos, resultado da revisão do Contrato da Cessão Onerosa e avanço do projeto de lei que permite a transferência de até 70% da participação da companhia nestes blocos e os resultados das eleições presidenciais. Nada de novo, não? Então, afinal, por que ter medo da Petrobras? (Leia mais...)

Para tornar a discussão mais transparente, nada melhor que olhar os principais números da companhia. Confira a seguir os principais indicadores-chave (KPI SABE), dos últimos cinco anos e do 1T2018 da PETROBRAS, calculados com base nos balanços consolidados do Big Data SABE:

- Longo prazo: nos últimos cinco anos, de 2013 a 2017, a PETROBRAS teve um desempenho muito fraco, com perda de patrimônio, queda de receita, prejuízo de 2014 a 2016, grau de alavancagem financeira médio enorme de 17,5 vezes e um retorno médio para o acionista (ROE) negativo.

- Curto prazo: no 1º trimestre de 2018, a companhia teve um desempenho bem superior comparado ao mesmo período de 2017: crescimento das vendas, aumentos expressivos de resultados operacional (EBITDA) e líquido, este crescendo quase 50% e atingindo R$ 7,1 bilhões, redução expressiva da alavancagem financeira (-10%) para patamar de 4,05 vezes (o menor da série) e um aumento expressivo do ROE anualizado para 10,26% (o maior da série), favorecido pelo aumento do lucro do 1T2018.

Portanto, mesmo considerando os riscos a que a Petrobras está exposta, sendo a questão das eleições comum a qualquer companhia, não vemos nada de novo que possa considerar a Petrobras uma ameaça onde “tudo possa acontecer”.

Em nossa opinião o grande desafio que a Petrobras enfrenta é o equacionamento do seu grau de endividamento, atualmente em patamar administrável. Embora a dívida líquida da Petrobras seja ainda considerada a maior do mundo (US$ 124 bilhões), o que preocupa é sua relação com a capacidade de geração de caixa, atualmente em pouco mais de 4 vezes, considerando o EBITDA do 1T2018 ajustado. Vale dizer que, mantida essa geração de caixa, a Petrobras levaria pouco mais de quatro anos para quitar sua dívida. Convenhamos que não dá para assustar.

Por outro lado, devemos também considerar a questão da governança. O Conselho de Administração da Petrobras possui hoje membros que não foram indicados por partidos políticos, prática do passado. A saída de Nelson Parente comprovou a estratégia da companhia ao indicar um CEO sucessor do quadro de diretores. Acreditando na continuidade da atual administração, entendemos que o futuro presidente não interferirá no rumo estratégico da Petrobras, sob pena de tomar um risco desnecessário e antipático perante a sociedade. A ver...

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Luiz Guilherme Dias
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