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Um abacaxi chamado Avon: a sucessão de desafios que aguardam a Natura

A compra da fabricante de cosméticos americana Avon, marca o início do capítulo mais desafiador da história da brasileira Natura. A nova empresa nasce como a 4ª maior do mercado mundial de beleza, atrás de L’Oréal, Estée Lauder e Shiseido. Será líder em venda direta, com mais de 6,3 milhões de representantes e consultoras, e terá ainda 3,2 mil lojas. Mas terá problemas em série a encarar. Fonte: Exame. Continue lendo

Desempenho Econômico-Financeiro

Confira a seguir a evolução do desempenho da Natura nos últimos cinco anos e no 1º trimestre de 2019 com informações extraídas do Big Data SABE.

De 2014 a 2018 – desempenho medido pelo CAGR (taxa composta anual de crescimento)

·  Ganhos patrimoniais, crescimento expressivo das receitas, leve aumento de EBITDA, queda do resultado líquido, aumento expressivo da dívida e do grau de alavancagem financeira, para nível bem acima de alerta, tanto em relação ao EBITDA quanto ao patrimônio líquido, queda do ROE, um dos maiores trunfos da Natura.

Do 1T2018 para 1T2019 – desempenho medido pela variação percentual, com alavancagem e retorno anualizados

·  Ganhos patrimoniais, aumento real da receita e crescimento muito expressivo do EBITDA, queda expressiva do lucro em nível bem baixo, queda expressiva do nível de alavancagem financeira, embora para patamar ainda crítico, redução do ROE.

Desempenho em Bolsa (5 anos)

Tendo como base as cotações ajustadas extraídas da base de dados da APLIGRAF, de 30/mar/2014 a 31/mai/2019, a ação NATURA ON (NATU3) valorização 78,51 % no longo prazo, cerca de 5 anos. No mesmo intervalo de tempo o Ibovespa variou positivamente 82,50%. Confira no gráfico a seguir o desempenho de NATU3.

Desempenho Setorial (2018)

A Natura faz parte do Setor de Atacado e Varejo, composto de 27 companhias abertas listadas na [B]3. Confira a seguir seus desempenhos com informações do ano de 2018, extraídas do Big Data SABE:

·  Por receita líquida, ocupou em 2018 a 7ª posição no ranking do setor em bolsa com vendas de R$ 13,4  bilhões, alta de 36% em relação a 2017. A companhia participa com 5,56% do total das receitas do setor;

·  Por resultado operacional em 2018, medido pelo EBITDA, a companhia chegou em 4º lugar com R$ 1,8 bilhões, alta de 6% em relação ao ano anterior;

·  No ranking de 2018, por resultados líquidos, a Natura ocupou a 9ª posição com lucro de R$ 548 milhões, queda de 18% em relação a 2017;

·  A alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/EBITDA da Natura em 2018 foi de 5,62x, acima do nível de alerta definido pelo mercado, mas abaixo da média do setor (9,96x);

·  Finalmente, no ranking por ROE (retorno do acionista), a Natura se classificou na 4ª posição com 21,30%, contra 41% em 2017; há que se notar que a Natura é a “campeã” entre as companhias não financeiras listadas na bolsa nesse indicador, ostentando a média de 53,04% nos últimos 10 anos, de 2009 a 2018.

Comentários Finais

Segundo a matéria publicada pela Exame, com a compra da Avon, a Natura dá um salto em sua presença pelo mundo e  passa a ser uma das empresas brasileiras mais internacionalizadas. A Natura está no meio do seu processo de transformação digital, passando de uma empresa baseada apenas em um canal, as vendas diretas, para atuar por meio de lojas físicas, aplicativos e comércio eletrônico.

Além de se expandir geograficamente, a Natura também está ampliando seu formato de vendas. O movimento já começou: a companhia brasileira expandiu sua atuação com a Aesop, comprada em 2012, e a The Body Shop, em 2017, além de ter aberto lojas próprias e investido no comércio eletrônico. Nada que se compare à complexidade das tarefas que tem pela frente. É ver para crer se o abacaxi é doce ou espinhoso...

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Luiz Guilherme Dias
SABE | Inteligência em Ações da Bolsa