Máquinas e Equipamentos: Lucros caem mais de 100% no 1º Trim 2020!

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Máquinas e Equipamentos: Lucros caem mais de 100% no 1º Trim 2020!

17/06/2020

APRESENTAÇÃO

Os números que serão aqui apresentados foram gerados tendo como base as demonstrações financeiras das companhias abertas do Setor de Máquinas e Equipamentos listadas na B3, com o objetivo de medir o desempenho do setor e de seus segmentos (subsetores) no 1º Trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019.

A análise focaliza os seguintes indicadores: Receitas Líquidas, Resultados Líquidos, Grau de Alavancagem (Dívida Líquida/EBITDA) e ROE (Retorno do Acionista).

A amostra contém 13 companhias do Setor que fazem parte do Banco de Dados SABE©. As empresas Bardella, Baumer, Inepar, Metalfrio, Plascar Part, Pratica, Tupy e Wetzel ficaram de fora do estudo por não terem publicado seus balanços até 12 de junho de 2020.

SETOR COMO UM TODO (1º Trim 2019 X 1º Trim 2020)

No primeiro trimestre de 2020, a variação nominal das receitas líquidas foi de 7,5% e dos resultados líquidos (lucros/prejuízos) menos 275%, na comparação com igual período de 2019. A alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, aumentou quase 12% para 9,2 vezes, nível de perigo. E, o retorno do acionista (ROE) diminuiu perto de 13 pontos percentuais, ficando deteriorado.

No mesmo período, o maior lucro foi da WEG (R$ 454 milhões, aumento de 47%), seguido da Inds Romi com R$ 41 milhões. O maior prejuízo foi da Embraer (- R$ 1,3 bilhões), acompanhada da Lupatech com menos R$ 64 milhões. O maior grau de endividamento anualizado foi da Embraer com alavancagem de 31,9 vezes (!!!) e o menor foi de Kepler-Weber com 1,5 vezes. Por último o maior retorno anualizado (ROE) foi conquistado pela Inds Romi em mais de 20%.

A planilha abaixo ilustra a evolução, do 1º Trim 2019 para o 1º Trim 2020, dos indicadores do total das 13 Empresas do Setor. Em seguida comentamos o desempenho individual de cada segmento também chamado de subsetor.


AUTO-PEÇAS (1º Trim 2019 X 1º Trim 2020)

Composto de 3 empresas (Fras-Le, Iochp-Maxion e Metal Leve), o segmento de Auto-Peças, teve um desempenho muito ruim: redução de 8% nas receitas, queda de 65% dos resultados líquidos; aumento do grau de alavancagem anualizado, para nível alto de 6 vezes e redução de 57,3 pontos percentuais (pp), alcançando um ROE de apenas 3,1% no 1º Trim 2020.

O melhor desempenho em vendas e em lucros coube à Iochp-Maxion: R$ 2,5 bilhões (queda de 10%) e R$ 30 milhões (queda de 63%), respectivamente. Fras-Le já vinha com prejuízo no 1º Trim 2019, que reduziu para – R$ 1,3 milhões em 2020. Sobre endividamento, a Metal Leve se saiu melhor com o menor grau anualizado de 2,7 vezes, assim como o maior ROE de 6,1%.

BENS INDUSTRIAIS (1º Trim 2019 X 1º Trim 2020)

Embora com aumento nominal de mais de 20% no 1º Trim 2020 este segmento, que conta com 8 empresas, também deixou a desejar em termos de desempenho: queda bruta dos lucros em mais de 400% para um prejuízo total de R$ 832 milhões, alto grau de endividamento (11 vezes) e retorno do acionista (ROE) deteriorado por conta das perdas, caindo mais de 15 pps.

As maiores companhias do Setor fazem parte deste segmento, e quase que reproduzem o desempenho do Setor como um todo no 1º Trim 2020: WEG foi a líder em receitas (R$ 3,7 bilhões, aumento de 27%) e de lucros (R$ 454 milhões, crescimento de 47%). Embraer amargou o maior prejuízo próximo a R$ 1,3 bilhões, já vindo com perdas de R$ 156 milhões no 1º Trim 2019. Com relação ao endividamento, a “campeã” foi a Kepler-Weber com grau de 1,5 vezes e a mais endividada foi a Embraer com enorme grau de quase 32 vezes. Os melhores retornos para o acionista (ROE) foram trazidos por Inds Romi (20,5%) e WEG (18,4%).

CARROCERIAS (1º Trim 2019 X 1º Trim 2020)

Com somente 2 empresas (Marcopolo e Randon), o segmento de Carrocerias se mostrou, assim como os demais, com performance fraca no 1º Trim 2020,: receitas com variação nominal abaixo da inflação (2,7%), lucros cedendo 73%, redução do grau de alavancagem em 0,7%, mas em nível alto (5,5 vezes) e o ROE caindo quase 5 pps.

Randon auferiu a maior receita com R$ 1,2 bilhões, mas Marcopolo conseguiu um maior lucro com R$ 10,7 milhões. Ambas praticamente empataram em termos de grau de alavancagem financeira e retorno do acionista (ROE), o primeiro no patamar de 5,5 vezes e o segundo no nível menor que 2%.

CONCLUSÃO

O Setor de Máquinas e Equipamentos apresentou aumento de 9,4% nos lucros do ano de 2018 para 2019. Nesse mesmo período teve uma alavancagem financeira elevada de 6,5 vezes, bem acima do nível de alerta. Além disso, o retorno (ROE) do setor como um todo em 2019 foi baixo, menos de 6%.

Comparando os números do 1º Trim de 2019 com igual período de 2020, observamos que TODOS os segmentos tiveram queda nos resultados líquidos, sendo a maior queda a de Bens Industriais, mais de 100%! Pela ótica do endividamento, percebemos um alto grau de alavancagem anualizada em todos os segmentos, sendo o maior o de Bens Industriais, na faixa de 11 vezes. Por fim, notamos quedas dos ROEs em todos os segmentos analisados, com destaque para Bens Industriais, cujo retorno ficou deteriorado por conta do prejuízo total apresentado. Ao mesmo tempo, cabe registrar o excelente desempenho da WEG, com crescimentos expressivos de receitas e lucros, mesmo em um momento conturbado como o que vivemos no início de 2020.

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O SABE Alerta é apenas a “ponta de um iceberg” quando comparado ao acervo de informações que o Big Data SABE tem à disposição de investidores e gestores de investimentos em ações: são 140.000 demonstrações financeiras padronizadas de TODAS as companhias abertas desde 1994 e os preços ajustados de suas ações dos últimos cinco anos.

Luiz Guilherme Dias
SABE | Inteligência em Ações da Bolsa


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