Logística: Quem se salva?

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Logística: Quem se salva?

24/10/2017


Um artigo publicado na Revista Mundo Logística datado de 22/Set/2017, intitulado “Não parem as máquinas! Os drones vão ganhar força na indústria” de autoria de Gabriel Lobitsky, chama a atenção para o fato que com aprovação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) para uso dos drones para fins comerciais, monitorar equipamentos e ativos industriais pode se tornar uma tarefa simples com tecnologias certas.

No 1º semestre de 2017, a ANAC aprovou o uso de drones para fins comerciais no Brasil – desde que não coloquem em risco a segurança de transeuntes em espaços públicos. Hoje, o uso dos drones para fins governamentais e corporativo tem se popularizado por causa da possibilidade de inspecionar espaços de difícil acesso, como maquinários industriais, prédios e estruturas, torres elétricas, plataformas de petróleo, entre outras. E é esse tipo de inspeção que, segundo o Gartner, deve crescer 30% até o fim deste ano.


Hoje existem sete companhias abertas listadas na bolsa de valores (B3) que operam o negócio de logística. São elas: Cosan Log, JSL, Log-In, Prumo, Santos BRP, Tegma e Triunfo Part. Todas essas empresas, sem exceção, estão listadas no mais alto nível de governança corporativa da bolsa: o Novo Mercado (NM).

As únicas empresas com lucro no 1º semestre de 2017 foram Tegma (R$ 30 milhões) e JSL (R$ 7 milhões). As demais deram prejuízo, sendo o maior o da Triunfo Participações (R$ 575 milhões). A Log-In ainda enfrenta um quadro mais complicado, pois além de prejuízo de R$ 574 milhões, está com passivo a descoberto, leia-se, patrimônio líquido negativo de R$ 360 milhões!

Com relação às dívidas a situação é igualmente dramática: Cosan Log está com uma relação dívida/geração de caixa de 7,8x; JSL e Santos BRP também estão com elevada alavancagem medida pelo mesmo indicador: 5,85x e 5,17x, respectivamente; Log-In, Prumo e Triunfo Part não geraram caixa para fazer face às suas dívidas, o que é pior ainda. A única que se salva é a Tegma que está com alavancagem menor (2,85x) que o padrão aceito pelo mercado, onde a dívida é, no máximo, três vezes a geração de caixa medida pelo EBITDA.

Olhando o desempenho em bolsa, observamos um quadro de desvalorização de todas as ações, sem exceção, (inclusive a da Tegma), num intervalo de longo prazo (Dez/2012 a 16/Out/2017), exceto para COSAN LOG ON (RLOG3), cuja série se inicia em Dez/2014. No mesmo período o Ibovespa valorizou 25,33%, superando todas as sete ações do segmento de Logística.

Segundo Lobitsky, em um relatório divulgado pela consultoria PwC, os drones para finalidades comerciais poderão movimentar mais de US$ 127 bilhões até 2020. A matemática da consultoria para chegar a esse valor foi simples: a empresa estimou quais tipos de serviços em órgãos públicos e privados podem ser substituídos pelo seu uso. Como resultado, alguns setores se destacaram como os que mais demandariam esse tipo de solução: o de infraestrutura, que pode gerar US$ 45,2 bi nos próximos três anos; o agrícola; de transportes; segurança; entretenimento; seguros; e telecomunicações.

Dá para perceber que as empresas de infraestrutura, em particular as de logística, que não se prepararem para as mudanças de tecnologia que estão surgindo estão fadas a desaparecer...

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Luiz Guilherme Dias
lg.dias@sabe.com.br
Equipe SABE - Inteligência em Ações da Bolsa

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