IBOVESPA – Recordes são boas notícias?

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IBOVESPA – Recordes são boas notícias?

24/11/2017

Parece que brasileiro não gosta de más (ou reais) notícias quando o assunto é dinheiro. Temos observado muitos sites ou mesmo canais de mídias especializados em mercado financeiro comemorar a retomada da economia, quando o desemprego ainda está na casa de 13 milhões de brasileiros. É fato que a inflação e os juros caíram, como também o risco-país, mas a nosso ver ainda falta muito para comemorar uma recuperação econômica.

O artigo do jornalista Carlos Alberto Sardenberg publicado no Globo/Economia de 23/Nov/2017 expressa muito bem o que queremos dizer. Segundo Sardenberg, para o curto prazo, parece que está tudo bem. Pelo jeitão da coisa, parece que 2018 está bem encaminhado, tudo dentro da lógica. Se a economia estará mais aquecida, inclusive com geração de empregos mais intensa, a inflação deve subir paulatinamente, para se acomodar em torno dos 4% ao fim de 2018. E é factível, provável mesmo, que permaneça nesse nível ao longo de 2019.

Mas quando se olha mais à frente, tem algo esquisito. No mercado financeiro, os juros futuros estão subindo mais, acima de 10%, isso nos títulos do governo com vencimento de 2019 para diante. Essa taxa é definida no mercado a partir da seguinte questão simplificada: quanto o investidor exige de prêmio para emprestar seu dinheiro ao governo? Está embutida aí outra pergunta: qual será a situação financeira do governo daqui a dois anos? Como estarão as contas públicas?

O entendimento dominante indica que as contas do governo caminharão para o colapso se não forem feitas as reformas para conter o gasto público, especialmente a despesa previdenciária. Para o jornalista, com a reforma da Previdência votada na Câmara, o país entra no ano eleitoral mais tranquilo ou menos nervoso. Sem a reforma, o pessoal vai cobrar juros. Pelas taxas de juros futuros, acima de 10% ao ano, a expectativa do mercado vai na contramão da reforma. (Fonte: O Globo/Economia). 

Do lado da microeconomia representada pela evolução do Ibovespa que antecipa a tendência da bolsa, a fraca valorização de 3,4% do índice desde o seu recorde histórico de 73.517 pontos alcançado em 20/Mai/2008 confirma a expectativa negativa sobre a reforma da previdência. Medido em dólar o Ibovespa perde 45,5% no mesmo intervalo de tempo.

Portanto, a euforia de recordes sucessivos em 2017 com o pico de 76.004 pontos em 20/Set passado, pouco ou nada significa até que o cenário político tenha menos incerteza e mais previsibilidade. O gráfico acima ilustra o que estamos dizendo.

Olhando agora a valorização das ações de companhias com maior tradição no Ibovespa (VALE e PETROBRAS) que, juntas representam quase 14% do índice, constatamos uma expectativa idêntica: desde Dez/2012 até 22/Nov/2017 as ações VALE3 (+0,26%) e PETR4 (-8,73%) oscilaram bem abaixo do Ibovespa (+22,26%). Por outro lado as ações dos maiores bancos (ITAÚ e BRADESCO) bateram de longe o Ibovespa no mesmo período com +128,15% (ITUB4) e +84,38% (BBDC4), respectivamente. Em outras palavras, mesmo se o governo não fizer a reforma da previdência os grandes bancos devem continuar a crescer seus lucros.

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Luiz Guilherme Dias
Equipe SABE - Inteligência em Ações da Bolsa

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