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Holdings investem mais, mas desempenho desaponta.
02/02/2018Dezesseis companhias abertas com ações na bolsa
compõem o Setor de Holdings. Observando os números dos balanços dos nove
primeiros meses de 2017, seis empresas deram prejuízo: Bahema, Cemepe, Habitasul,
Itaitinga, JB Duarte e Telebras, sendo que só a primeira deu lucro nos 9M2016. O
resultado líquido do setor como um todo ficou o mesmo, de R$ 10,138 milhões nos
9M2016 contra R$ 10,137 milhões nos 9M2017, queda nominal de 0,01%.
Duas empresas investiram 94% do total do setor nos 9M2017: Itausa com 80% e Bradespar com 14%. Quatro companhias investiram juntas menos de 6% do total: Monteiro Aranha, Alfa Consórcio, Alfa Holding e Habitasul. As dez restantes juntas investiram 0,72% do total do Setor de Holdings, segundo seus balanços dos 9M2017.
O desempenho como um todo das companhias do Setor de Holdings foi influenciado positivamente pelas duas maiores companhias - Bradespar e Itausa – que possuem participação em sociedades diversificadas, além dos dois maiores bancos privados do país. Quando comparamos os números dos nove primeiros meses de 2017 contra os de igual período de 2016, observamos: investimentos com crescimento expressivo (+10,69%), resultados líquidos estáveis, geração de caixa medida pelo EBITDA com aumento (+6,54%), e expressiva redução do índice anualizado Dívida Líquida/EBITDA (-5,31%). O ROE (retorno do acionista) anualizado do setor caiu 8,59%.
Comparando os números dos 9M2017 contra o mesmo período de 2016, constatamos aumentos expressivos de investimentos por Suzano Holding (+49%) e Ultrapar (+17%). Com relação às variações de lucros nos mesmos períodos, destacamos o forte crescimento do resultado da Bradespar (+72,40%).
Sobre o endividamento, de modo geral as companhias desse setor operam com alavancagem financeira reduzida dada a natureza de sua atividade. A título de exemplo, os graus de alavancagem financeira de Bradespar e Itausa nos 9M2017 foram de 0,28x e 0,30x, respectivamente. Entretanto, companhias menores desse setor estão com insuficiência de caixa nos 9M2017 para enfrentar as dívidas. São elas: Alfa Consórcio, Bahema, Cemepe, Habitasul, Invest Bemge, Itaitinga, JB Duarte e Telebras. Esta última – Telebras – desperta curiosidade por permanecer listada em bolsa, pois foi privatizada em 1998 (Governo FHC) e “desprivatizada” em 2010 (Governo Lula) e não possui um propósito claro de criação de valor.
Finalmente, sobre o ROE (retorno do acionista), destacamos o alto crescimento do retorno anualizado de Bradespar (+54%) nos 9M2017, sendo a única holding a ter aumento da rentabilidade patrimonial, dentre as 16 listadas.
O destaque positivo é de Bradespar que obteve crescimentos expressivos de investimentos, lucros e retornos para o acionista nos 9M2017, além de queda do grau de alavancagem financeira. Os destaques negativos vão para Cemepe e JB Duarte não só por estarem com prejuízo líquido recorrente e passivo a descoberto nos últimos doze meses, como também pela falta de liquidez para enfrentar suas dívidas. Outro destaque negativo é atribuído à Telebrás, holding de uma atividade que foi privatizada e que existe propósito definido.
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Luiz Guilherme Dias
Equipe SABE Inteligência em Ações