EMBRAER – Com a Boeing vai voar mais longe!

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EMBRAER – Com a Boeing vai voar mais longe!

02/01/2018

Chamou nossa atenção o artigo publicado no dia 27/Dez/2017 no Blog do Esmael sob o título “A Embraer é a nossa Petrobras dos ares”, assinado por Pedro Celestino, presidente do Clube de Engenharia. Após analisar com clareza algumas hipóteses para o movimento da BOEING e da EMBRAER, de buscarem algum tipo de associação, Celestino conclui que nenhuma delas atende ao interesse nacional, justificando que a EMBRAER, pelo papel que desempenha em nossa economia, é estratégica para o país, e tem plenas condições de enfrentar qualquer concorrente, se puder colocar os seus produtos com as mesmas taxas de financiamento que as suas rivais oferecem, apoiadas que são pelos bancos de fomento dos seus respectivos países.

Com a plena convicção que o que deveria ser estratégico para nosso país é educação, saúde, segurança e justiça social, permito-me oferecer um outro ponto de vista apresentado com clareza no Editorial do jornal O Globo de 28/Dez/2017 intitulado “Globalização pressiona Embraer a decidir seu destino”, reproduzido em parte a seguir:  (...) Natural que as ações da Embraer disparassem, pela obviedade do acerto da opção. Mas o velho e resistente nacional-populismo brasileiro não falha: sindicalistas da região de São José dos Campos, onde a empresa tem sede, repudiaram a operação. Não entendem que a sobrevivência de seus empregos depende da possibilidade de a empresa continuar competitiva no mundo. E, no estágio em que se encontra o processo de globalização nesta indústria, sem este tipo de associação, não é possível sobreviver. É a velha opção nacionalista, de esquerda e de direita: melhor continuar “100% brasileiro”, mesmo pequeno, pagando salários baixos, protegido por barreiras tarifárias etc. O ponto final desta história, já deveria se saber, são a mediocridade tecnológica e a falência.

Veja agora o que o nosso Big Data SABE tem a revelar sobre o desempenho da Embraer tanto sob a ótica econômico-financeira, quanto da valorização da sua ação na bolsa brasileira.

O desempenho da ação EMBR3 (Embraer ON), desde o fim de 2012 até o dia 26/Dez/2017, cerca de cinco anos, foi o seguinte: desvalorização de 31,72% no curto prazo (1 ano), valorização de 28,24% no médio prazo (2 anos) e de 47,74% no longo prazo (5 anos); o papel somente superou o Ibovespa no intervalo de tempo mais longo. Por outro lado, nos últimos 21 pregões, de 28/11 a 27/12/2017, a ação EMBR3 teve expressiva valorização de 32,25% por conta da expectativa da gigante Boeing adquirir parte de seu controle.

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Nos últimos 5 anos, 2012 a 2016, a Embraer teve um desempenho com crescimento de ativos (14%), patrimônio (13%), receitas líquidas (12%) e EBITDA (2%), medidos pela taxa CAGR. O lucro não acompanhou, pois seu CAGR no período reduziu-se em 3,3%; em 2015 a Embraer teve seu menor lucro naquele período: R$ 282 milhões, que mais que dobrou em 2016, alcançando R$ 592 milhões. Pelo mesmo critério de medição, a dívida líquida da companhia cresceu 12% no período. Em 2016 a relação dívida líquida/EBITDA ficou em 7,73x, muito acima do nível de alerta. O retorno do acionista (ROE) na média dos cinco anos ficou em 7%.

Pela comparação dos números do balanço dos nove primeiros meses de 2017 contra igual período de 2016, a Embraer teve um bom desempenho de resultados, embora com: queda de 11% nas receitas, teve aumento expressivo de 132% no EBITDA. Com relação ao resultado líquido, a companhia reverteu o prejuízo de R$ 58 milhões nos 9M2016 para lucro expressivo de R$ 722 milhões nos 9M2017, o maior da série desse estudo. Ao mesmo tempo o endividamento medido pela relação anualizada Dívida/EBITDA caiu de elevados 20,06x para 6,86x. O ROE anualizado nos 9M2017 ficou pouco acima de 7%.

Levando em conta os indicadores do Setor de Máquinas e Equipamentos, composto de 26 companhias, uma das quais sendo a Embraer, observamos o seguinte: queda de 2% nas receitas, aumento de 32% no EBITDA, relação anualizada Dívida/EBITDA de 5,29x e ROE de 6,4%.

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Luiz Guilherme Dias
Equipe SABE Inteligência em Ações

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