Dívida Líquida cresce e Alavancagem preocupa

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Dívida Líquida cresce e Alavancagem preocupa

29/08/2018

Neste artigo analisamos a evolução, de 2015 até o 1º semestre de 2018, do endividamento de 258 empresas não financeiras listadas na bolsa de valores. Para isto utilizamos, com informações dos balanços consolidados, os indicadores dívida líquida, EBITDA anualizado para o 1S2018 e a relação destes para avaliar o grau de alavancagem financeiras das companhias.

A 1ª conclusão é que a dívida líquida caiu 1,52% de 2015 para 2016, mas a partir daí cresceu: de 2016 para 2017 subiu 4,71% e de 2017 para o 1S2018 subiu 2,01%, atingindo o montante de R$ 2,110 trilhões. Confira no gráfico a seguir a evolução da dívida líquida, extraídas do Big Data SABE:

No 1º semestre de 2018, período mais recente de balanços divulgados, as 10 maiores dívidas líquidas foram, em ordem alfabética das seguintes companhias: Braskem, BRF, Cielo, Cosan Ltd, Eletrobras, Jbs, Oi, Petrobras, Sid Nacional e Vale. As menores dívidas, num total de nove, vieram das seguintes companhias: Alfa Consorc, Eztec, Grendene, Mont Aranha, Odontoprev, Par Al Bahia, Petrorio, Qgep Part e Tarpon Inv. Estas últimas gozam de situação financeira confortável por estarem com dívida negativa.

Entretanto, o que deve ser observado é o grau de alavancagem financeira medido pela relação dívida líquida sobre o EBITDA. Veja no gráfico a seguir como está o grau de alavancagem financeira das companhias que possuem as 10 maiores dívidas líquidas. Observe que todas as companhias, sem exceção, possuem um grau de alavancagem superior a 3 vezes, o que é preocupante.

Seguindo a linha de raciocínio sobre o grau de alavancagem, dizemos que uma companhia com esse indicador maior que 3 vezes levaria, cerca de 3 anos para liquidar sua dívida, mantida a capacidade de geração de caixa do último período observado, no caso o 1S2018.

De acordo com os números dos balanços do 1S2018, a preocupação aumenta. Da amostra de 258 companhias analisadas, 191, portanto 74%, estão com endividamento em estado de alerta. Destas, em situação de alerta, 142 companhias apresentaram grau de alavancagem superior a três vezes e 49 nem ao menos conseguiram gerar caixa, apresentando um EBITDA negativo. Portanto, somente apenas 67 companhias (26% da amostra) gozam de situação financeira favorável por estarem com grau de alavancagem inferior a três vezes ou com sobra de caixa.

Surge uma indagação: Como estará o endividamento das companhias não financeiras ao fim de 2018? Tomando como base o grau de incerteza que ronda a economia do nosso país, principalmente por conta das eleições de outubro, e levando em conta a tendência de crescimento da dívida dessas empresas como aqui mostrado, é bem provável que o quadro geral de endividamento piore. Os números dos balanços dos nove primeiros meses de 2018, que serão divulgados de 01/Out até 15/Nov deste ano reforçarão esta hipótese. A ver...

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Luiz Guilherme Dias
SABE | Inteligência em Ações da Bolsa

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