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Cielo sofre com a multiplicação das maquininhas
15/02/2019
O Mercado das Maquininhas
Segundo a ABECS (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), em 2017 existiam no mercado 5,1 milhões de pontos com maquininhas de cartão ou terminais eletrônicos de vendas espalhados pelo Brasil, que movimentaram R$ 1,36 trilhão ao longo do ano. Os números da Associação projetam para 2022 que 60% dos pagamentos realizados no Brasil serão efetuados por meio dos meios eletrônicos. O percentual em 2017 era de 32,6%.
A
expansão desse mercado abriu caminho para o surgimento e consolidação de
dezenas de empresas do ramo: Cielo, Rede, Getnet, iZettle, Payleven, Sumup,
Moderninha, Mercado Pago, entre tantas outras. A pujança do segmento de meios
eletrônicos de pagamento se explica, em parte, pelo aumento no número de
microempreendedores individuais (MEIs). O crescimento é fantástico e representa
um novo microempreendedor a cada 10 segundos. Hoje as maquininhas são vistas nas feiras de rua, nos carrinhos de pipoca do parque ou mesmo nos camelôs. As maquininhas de cartão de crédito e de débito passaram a ser ferramentas indispensáveis tanto para quem vende quanto para quem compra. (Fonte: em.com.br). Desempenho Econômico-Financeiro De 2014 a
2018, a Cielo teve um crescimento expressivo tanto em termos patrimoniais
quanto de resultado, exceto o lucro que cresceu menos de 2% pela taxa CAGR.
Entretanto, a dívida líquida da Cielo cresceu no mesmo período mais de 44%
chegando próximo a R$ 65 bilhões no final de 2018, com grau de alavancagem
financeira de quase 14 vezes, bastante alto. Mesmo assim a companhia conseguiu
entregar a seus acionistas um ROE (Retorno do Acionista) médio de 39% nos
últimos cinco anos. Na
comparação dos números de 2017 para 2018, a Cielo sofreu perdas de ativo e
patrimônio. Embora com redução de 3% de sua dívida líquida, a relação com o
EBITDA cresceu mais de 10%. Com receitas crescendo abaixo da inflação, a
companhia teve redução de EBITDA e de lucro, sendo este de mais de 16%. Como
consequência natural, o ROE caiu 3,83 pontos.
Desempenho em Bolsa
De 30/mar/2014 a 13/fev/2019 a ação da Cielo (CIEL3) teve uma desvalorização de 37,51%, caindo de R$17,57 para R$10,98. O percentual de oscilação do papel ficou bem abaixo do Ibovespa que variou positivamente 90,03% no mesmo intervalo de tempo. A expressiva queda do preço da ação mostrou-se compatível com o desempenho econômico da empresa.
Confira no gráfico a seguir o desempenho de CIEL3.
Comentários Finais
Entendemos que foram vários os motivos que explicam a queda do desempenho da companhia e de sua ação de 2017 em diante:
- Mudança do perfil do mercado com a entrada de novos players e dos MEIs, multiplicando o número de maquininhas de concorrentes;
- Expansão da PagSeguro, empresa do grupo de internet UOL, com IPO na bolsa, captando R$ 7,2 bilhões;
- Invasão das fintechs, empresas de tecnologia no mundo do crédito, abrindo oportunidades de negócios, mas também de desafios para os grandes bancos.
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Luiz Guilherme Dias
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