Cielo – Mudança de comando busca “reinvenção”

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Cielo – Mudança de comando busca “reinvenção”

01/11/2018

A Cielo ainda é líder do setor, mas enfrenta uma competição crescente com a chegada de novas credenciadoras ao mercado. Os exemplos mais contundentes são os da PagSeguro e da Stone, que têm sido bem-sucedidas em explorar novos nichos e práticas comerciais. Não por acaso, ambas fizeram neste ano IPOs e atraíram investidores de peso.

Controlada por BB e Bradesco, a Cielo enfrenta forte pressão da concorrência, vem perdendo participação de mercado e deixou de liderar a inovação no setor de adquirência. A base de "maquininhas" da Cielo, que era de 1,8 milhão no primeiro trimestre de 2017, caiu a 1,6 milhão no segundo trimestre de 2018.

Paulo Caffarelli, atual CEO do Banco do Brasil, assumirá a Cielo com a missão de comandar uma reviravolta na credenciadora de cartões. Segundo fontes ouvidas, "A Cielo está num momento em que precisa ser reinventada". (Fonte: Valor). Leia mais...

Desempenho da Companhia e da Ação

De 2013 a 2017 a Cielo teve um desempenho econômico-financeiro bastante positivo. Considerando a taxa composta de crescimento anual (CAGR), tivemos: Patrimônio Líquido (+36%), Receitas Líquidas (+11% aa), EBITDA (+8% aa) e Resultado Líquido (+10% aa). O fator negativo ficou com o crescimento da dívida que atingiu R$ 67 bilhões no fim de 2017, correspondendo a um múltiplo DL/EBITDA (12,69x), considerado muito elevado para os padrões de mercado.

Os números do balanço dos 9M2018 quando comparados com os do mesmo período de 2017 evidenciam queda no desempenho atual da companhia: Patrimônio Líquido (+4%), Receitas Líquidas (+1% aa), EBITDA (-9% aa) e Resultado Líquido (-12%). A dívida líquida cresceu 9% levando o grau de alavancagem financeira anualizado (DL/EBITDA) a 13,36x, o maior nível da série histórica. Nos 9M2018 a companhia apresentou um ROE anualizado de 25%; a média dos últimos cinco anos era de 50%. Confira no gráfico a seguir o desempenho da CIELO de 2013 a set/2018, com informações extraídas do Big Data SABE.

Sob a ótica do desempenho em bolsa, a ação Cielo ON (CIEL3) teve, no longo prazo (de dez/2013 a 30/out/2018) um desempenho fraco, com desvalorização de 22,65%, contra 67,73% do Ibovespa.  O preço ajustado de CIEL3 saiu de R$16,31 e alcançou R$12,63 no fim do período. O gráfico abaixo ilustra o desempenho da companhia.

Desempenho no Setor

A Cielo pertence ao Setor de Serviços Financeiros na bolsa de valores brasileira. No 1S2018 a companhia figurou no ranking de 18 empresas da seguinte forma: 3º lugar por Receitas Líquidas (R$ 5,7 bilhões) e 2º lugar por Resultado Líquido (R$ 1,9 bilhões). Entretanto foi a companhia que apresentou o 3º maior grau de endividamento medido pela relação DL/EBITDA (12,65x).

Conclusão

Embora enfrentando a concorrência de empresas fortes de um lado e de fintechs de outro, a Cielo conta ainda com uma base de clientes invejável. Pena que a reinvenção anunciada tenha vindo tão tarde. A inovação atualmente é um dos fatores críticos de sucesso de qualquer empresa que almeja manter seu nível de expansão no mercado.

Surge uma indagação: Será que a Cielo consegue se reinventar? 

Espera-se que o novo CEO reproduza na credenciadora o mesmo que fez no BB. Quando chegou à presidência do banco, em maio de 2016, a instituição estava com sua estrutura de capital fragilizada em consequência da política de juros artificialmente baixos adotados pelo governo Dilma Rousseff. Caffarelli, executivo de carreira do banco, assumiu duas tarefas no BB. Uma era melhorar a capitalização do banco sem recorrer a aportes do Tesouro. A outra era reduzir a defasagem entre a rentabilidade da instituição e a apresentada pelos concorrentes privados. Foi bem-sucedido em ambas. O futuro dirá...

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Luiz Guilherme Dias
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