BR Distribuidora – maior IPO desde 2013 gera polêmica!

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BR Distribuidora – maior IPO desde 2013 gera polêmica!

18/12/2017

A BR Distribuidora estreou na bolsa no dia 15/Dez/2017, com o nome de pregão Petrobras BR e o ticker BRDT3, com valorização de 6,67%, a R$ 16,00. No IPO, o preço da ação ficou em R$ 15, o piso da faixa situada entre R$ 15 e R$ 19. Apesar de ficar no piso, a operação arrecadou cerca de R$ 5 bilhões, o maior valor desde 2013. A BR Distribuidora controla a maior rede de postos de gasolina no Brasil, com 8.212 unidades e mais de 1.000 lojas de conveniência.

O Brasil tem o sexto maior mercado globalmente para produtos refinados, representando 3% da demanda global, de acordo com a Petrobras. O IPO da BR Distribuidora é o maior passo da Petrobras em seu plano de dois anos para vender US$ 21 bi em ativos para reduzir a dívida e agilizar as operações. (Fonte: Infomoney).

Os números dos quatro balanços publicados (desde o anual de 2016 até o dos nove primeiros meses de 2017) mostram uma companhia com queda nos ativos, receitas estáveis, aumentos expressivos no EBITDA e nos resultados líquidos; em 2016 a BR amargou prejuízo de R$ 315 milhões, mas nos 9M2017 já lucrou R$ 620 milhões. Por outro lado, a empresa estava extremamente endividada no final de 2016, tendo conseguido reduzir bastante sua alavancagem financeira para 6,13 vezes nos 9M2017.

O maior IPO desde 2013 arrecadou R$ 5 bilhões e causou polêmica entre os especialistas do mercado. Para a Petrobras o IPO foi positivo na direção de vender US$ 21 bilhões em ativos para reduzir a dívida e agilizar as operações. Mas, segundo sinalizações dentro da própria empresa, as incertezas com relação à situação política, o cenário de crise fiscal e a dúvida sobre a reforma da previdência levaram o mercado a não se animar tanto com o IPO.

Segundo matéria publicada no Site Infomoney, Além disso analistas do UBS acreditam que o momento para o IPO poderia ser melhor, já que estamos perto do fim do ano, ao mesmo tempo em que há muitas dúvidas relacionadas a questões contábeis no prospecto do IPO. Contudo, as duas questões que chamam mais a atenção são a falta de visibilidade na implementação do plano estratégico e o desconforto com o fato de que a Petrobras manterá o controle. E, segundo o UBS, a recuperação das margens da BR pode ser mais difícil do que anteriormente os analistas do banco pensavam. Isso porque as vendas nos postos de gasolina são percentualmente menores no portfólio da BR Distribuidora (50%) do que na Ipiranga e na Raízen (entre 70% e 75%). Assim, considerando que os postos de gasolina são o segmento mais rentável estruturalmente, é provável que a BR tenha dificuldade em alcançar os pares.

A outra questão apontada é o fato da Petrobras não ter deixado o controle da empresa, o que pode gerar dúvidas sobre os rumos da companhia caso haja uma mudança brusca na gestão com um novo governo assumindo em 2019.

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De forma a gerar maior atratividade para o papel, a Petrobras prometeu um conselho de administração com pelo menos 50% dos membros independentes. Por outro lado, ela é vista como um ativo bastante atrativo (e o mercado vê progressos na gestão atual), ao mesmo tempo em que há expectativas de que a abertura de capital possa aumentar a transparência para ela. Enquanto isso, o UBS segue otimista sobre Petrobras, com recomendação de compra para os ativos e preço-alvo de R$ 21,50 para os ativos preferenciais.

De toda forma o IPO da BR Distribuidora, mesmo não satisfazendo a todos, pode ser considerado um importante passo para uma economia mais justa e moderna. Chegará o dia em nosso país em que os Postos de Saúde terão mais importância para o Governo do que os Postos de Combustíveis.

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Luiz Guilherme Dias
Equipe SABE Inteligência em Ações

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