27 Empresas destruíram R$ 6 bilhões em 2017!!!

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27 Empresas destruíram R$ 6 bilhões em 2017!!!

24/04/2018

Stakeholder (Conceito): Qual a sua importância para o sucesso de uma empresa? (II)


“A maioria das pessoas não vive apenas para comer, nem as organizações devem existir apenas para lucrar”

Bill GeorgeProfessor da HBS (Prefácio do livro “Capitalismo Consciente” – Editora HSM)

Este artigo é uma reedição da série sobre “Stakeholders”. Nele abordamos o conceito, a importância para o sucesso de uma empresa, e mostramos como foi a distribuição de valor adicionado de 255 empresas não financeiras em 2017 com base nas informações dos DVAs consolidados de nosso Big Data SABE.

“Stakeholder” significa público estratégico e descreve uma pessoa ou grupo que fez um investimento ou tem ações ou interesse em uma empresa, negócio ou indústria. Em inglês “stake” significa interesse, participação, risco e “holder” significa aquele que possui. O stakeholder mais antigo é o “Shareholder”, em português: o acionista ou o detentor da ação.

No passado, os livros de administração ensinavam que a missão do administrador era maximizar a riqueza do acionista (shareholder). Atualmente, por conta das inúmeras mudanças de natureza social, tecnológica, política, ambiental e de valores que assistimos, a missão do administrador tornou-se extremamente mais complexa. Além do acionista, a missão de maximizar riqueza passou a incluir diversas partes interessadas no sucesso da empresa: os Stakeholders: clientes, colaboradores, fornecedores, financiadores, meio ambiente, comunidade, enfim a sociedade como um todo. A figura seguinte ilustra o conceito ampliado dos diversos públicos de interesse (stakeholders), principais e secundários, envolvidos no sucesso de uma organização.

Sob a ótica da Contabilidade, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) visa mensurar o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. Sua origem passa a ser instrumento mandatório nas empresas Europeias, devido a uma obrigação que nasceu na França e posteriormente em todo o mundo como parte das mudanças introduzidas a partir de 2010 pelas normas internacionais de contabilidade IFRS (International Financial Reporting Standards), um conjunto de pronunciamentos contábeis internacionais publicados e revisados pelo IASB (International Accounting Standards Board).

De acordo com a nova norma, a entidade deve elaborar a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada período. A elaboração da DVA consolidada deve basear-se nas demonstrações consolidadas e evidenciar a participação dos sócios não controladores. A DVA deve proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada pela empresa em determinado período, bem como a forma pela qual tais riquezas foram distribuídas. A distribuição da riqueza criada deve ser detalhada, minimamente, da seguinte forma: a) pessoal e encargos; b) impostos, taxas e contribuições; c) juros e aluguéis; d) juros sobre o capital próprio (JSCP) e dividendos; e) lucros retidos/prejuízos do exercício. (Fonte: Wikipédia).

Veja agora o que o nosso Big Data SABE tem a mostrar sobre os Demonstrativos de Valor Adicionado (DVAs) de 255 empresas não financeiras em 2017. Em números totais a distribuição de valor destas empresas representou R$898,6 bilhões. Do total, 228 empresas distribuíram R$904,7 bilhões de valor adicionado positivo (criação de valor) e 27 empresas distribuíram R$6,1 bilhões de valor adicionado negativo (destruição de valor).

As 10 maiores “criadoras” de valor distribuíram R$478,1 bilhões (53% do total criado) e foram, em ordem alfabética: Ambev, Cemig, CPFL Energia, Eletrobras, JBS, OI, Petrobras, Petrobras BR, Telef Brasil e Vale.

As 10 maiores “destruidoras” de valor dilapidaram R$5,8 bilhões (96% do total destruído) e foram, em ordem alfabética: Advanced-Dh, Aliperti, Azevedo, Biomm, CCX Carvao, Cobrasma, J B Duarte, Schlosser, Seg Al Bahia e TecToy.

O gráfico a seguir mostra os valores distribuídos totais em 2017 das empresas não-financeiras pelos seguintes stakeholders: Pessoal (Colaboradores), Impostos, Taxas e Contribuições (Governo), Remuneração de Capital de Terceiros (Financiadores) e Remuneração de Capital Próprio (Acionistas).

Observe que o stakeholder que recebeu o maior valor em 2017 foi o Governo com mais de R$374 bilhões, representando quase 42% do total distribuído. E o que ficou com a menor “fatia do bolo” foram os acionistas com R$79 bilhões, equivalentes a quase 9% do total.

Uma outra análise interessante é comparar os valores “criados” contra os que foram “destruídos” como ilustra o gráfico a seguir. Repare que a maior parte do valor “destruído” penalizou os acionistas das 27 empresas com mais de R$ 11 bilhões.

A boa notícia é que nos últimos cinco anos (2013 a 2017) observamos uma taxa de crescimento composto de 4,8% ao ano na distribuição de valor adicionado total das empresas não financeiras, saindo de R$ 709,4 bilhões para R$ 898,6 bilhões. De 2016 para 2017 o total distribuído cresceu 5,7%, refletindo a retomada da economia (gráfico a seguir).


COMETÁRIOS FINAIS

As informações obtidas dos DVAs de 255 empresas não financeiras do nosso Big Data SABE evidenciam que a distribuição de valor criada em 2017 favoreceu principalmente o Governo com R$ 374 bilhões (42%), por meio de impostos, taxas e contribuições, e por último os Acionistas com R$ 79 bilhões (9%), por meio da remuneração de capitais próprios.

Como sempre enfatizamos em nossos artigos, TODOS os stakeholders, principais ou secundários, são necessários e importantes para o sucesso da empresa, inclusive os Acionistas. O que assistimos em nosso país devido à recessão econômica causada em grande parte pela instabilidade política é a redução de investimentos como consequência da incerteza e imprevisibilidade sobre os rumos da economia afugentando os investidores que tem sido penalizados pela fraca remuneração de capital próprio.

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Luiz Guilherme Dias
SABE | Inteligência em Ações

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